Educação em segundo lugar: em primeiro lugar a reeleição dos políticos liberais

Ivan Santos – Jornalista

O presidente Capitão Mito Bolsonaro cortou mais de R$ 3 bilhões no Orçamento Público Federal para este ano e uma das vítimas foi, novamente, o Ministério da Educação. Educação, neste governo, não é prioridade nacional. Neste ano a prioridade no Palácio do Planalto é a reeleição do Capitão para desfrutar do poder até 2026.

Segundo o intelectual Frei Beto, “educação para eles (os liberais comandados pelo Capitão Mito) é coisa de comunista. Eles não querem que as pessoas pensem. Todo regime autoritário ditatorial tem horror à inteligência. Eu sempre faço essa pergunta no twitter ‘Você conhece alguém inteligente que apoia Bolsonaro?’ Ele tem horror à cultura, à inteligência, ao teatro, à Academia Brasileira de Letras, à música, tanto que demonstrou total indiferença diante da morte de artistas importantes como o escritor Sérgio Sant’Anna e o compositor Aldir Blanc”.

O chefe e formulador da política econômica do governo liberal do Capitão-Mito, economista Paulo Guedes, no ano passado defendeu a criação de um imposto para o comércio de livros por considerar estes objetos de lixo consumido pela classe média alta. Frei Beto assim criticou esta proposta: “Primeiro destaco a ignorância do Paulo Guedes em relação ao mercado dos livros. O livro é caro no Brasil porque não há o empenho do governo e do Ministério da Educação de popularizar a leitura e, com isso, o livro acaba virando artigo de luxo. O livro poderia ser muito mais barato se fosse isento de uma série de impostos que ainda existem, principalmente quando se trata de compra de papel, que é um absurdo. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de matéria prima para fabricação de papel (celulose), exporta essa matéria e importa o papel manufaturado. Isto encarece o livro no País”.

Leitura de livros gera homens e mulheres conscientes. No Livro Vila dos Confins, o escritor, político e diplomata Mário Palmério escreveu, com conhecimento profundo do processo político tradicional no Brasil, que “eleitor consciente é a praga pior que existe”. Até hoje há na Terra de Santa Cruz, militantes políticos na direita e na esquerda que acreditam nesta máxima da Idade Média.