Marília Alves Cunha*
Li numa página da internet um texto escrito por Juan Arias, jornalista do “El PAÍS”, jornal espanhol. Esta página foi escrita há algum tempo e o jornalista hoje deve ter mudado em relação a Lula e, como tantos, perdoado seus pecados mais do que mortais. Primeiro porque apareceu para atrapalhar um presidente conservador e liberal, coisa que os esquerdistas não toleram e segundo porque temos visto, por aí, principalmente jornalistas, pessoas que atacavam o ex-presidente pesadamente e que hoje, oportunamente, tratam de tecer gloriosos elogios ao mesmo. Estão certos de que a memória do povo diluiu-se e a história apagou-se. E mais, porque brasileiros que vivem no exterior ou estão por lá, em alguma ocasião, têm feito uma anti-propaganda do nosso país que beira ao histerismo. Digo isto, porque assisti algumas, cheias de inverdades e de ódio. Muito anti-Brasil as pessoas que se prestam a isto. Abaixo, o texto do inteligente jornalista.
“O SEGREDO DE LULA – à leitura rápida pode até parecer um elogio ao ex-presidente, mas ao contrário, mostra uma personalidade pragmatista, capaz de jogar com várias cartas ao mesmo tempo e fazendo com que todos acreditem que estão ganhando.
Em sua estratégia (de defesa), mais do que apresentar documentos atuais que citam sua inocência, o ex-presidente proclamou-se um “político perseguido”. O que interessa é parecer discriminado por defender os pobres no Brasil. Os pobres poderiam viajar de avião e sair de férias para a Argentina e que os problemas eram os ricos que não queriam compartilhar aeroportos com os pobres em sandálias. Nem era verdade, mas os pobres estavam lisonjeados e os ricos não se ofenderam, porque sabiam que Lula, desde que deixara a presidência, nunca sentou em um vôo comercial ao lado de um homem pobre. Viajou nos aviões privados dos milionários. Nele continua vivo o desejo de poder governar em plena liberdade, sem levar em conta os demais poderes independentes.”
*Educadora e escritora – Uberlândia – MG