Gustavo Hoffay*

O Poder Legislativo Federal precisa, já há algum tempo, de uma boa e radical reforma.Na qualidade de cidadão tenho de dizê-lo; chateie-se quem quiser, mas é certo que cabe a nós a promoção de uma mudança que faça agitar os ânimos de quem apresenta-se na condição de agente tomador das dores, esperanças e angustias de grande parcela de um povo que já caminha a passos largos para perder a fé em nossos representantes junto ao Congresso Nacional. Alguns dos nossos agentes políticos ali lotados, são senadores e deputados reputados como dignos de estarem ocupando um assento e um gabinete naquele local, mesmo que não seja possível medir a competência e a consciência de cada um deles em relação aos interesses dos seus eleitores, além de serem injustificáveis, inaceitáveis e por isso mesmo censuráveis os seus salários e benefícios. Até agora, entretanto, ninguém conseguiu compreender a (s) causa (s) de não poucos deles desencaminharem-se de um rota pré-estabelecida e anunciada, até enfaticamente, em suas respectivas campanhas eleitorais e o que, naturalmente, termina gerando tristeza e decepção em quem passou-lhes uma procuração na forma de voto ou seja, tiveram gorada a sua esperança. Já faz um bom tempo que noto a existência de um grande e profundo fosso entre aquilo que deseja-se de muitos políticos e o que eles têm realizado por nós. Ademais, infelizmente, são poucos os brasileiros que têm interesse e buscam entender o que é política, da forma como se faz em relação – por exemplo – às ciências gerais, ao futebol e à vida alheia. Ora, o povo precisa entender que políticos agem à medida que aumenta-se a pressão popular sobre eles, o grito das ruas e o que , efetivamente , é aquilo que mais temem! Consigo perceber que na maioria dos eleitores existe uma compreensão ao menos básica a respeito de quais são as funções dos parlamentares e esse conhecimento, digamos, faz que haja ao menos uma margem de subjetividade em todo eleitor que queira engajar-se ou entender a política praticada em seu país; mas é preciso mais! Sim, pois se não for esse o nosso ponto-de-vista, o nosso entendimento a respeito do que é ser político e qual o papel daqueles agentes na vida em comunidade, qualquer um deles ( se quisesse ) ergueria em torno de si uma cortina que não permitiria – nos observar as suas ações, enquanto desfrutando de um cargo que lhe conferimos . Quando ouço dizer que uma considerável parcela de eleitores está unida em torno de alguém investido de um mandato parlamentar… acautelo-me! Afinal fico em dúvida se aquela gente abraça um mito originado de suas duvidosas e rasteiras convicções ou se é levada pela sua própria consciência a acreditar que o mesmo merece a sua confiança e respeito. Acreditar em alguém que diz-se político e especialmente quando ele ou ela ocupa um cargo de importância no poder executivo, é algo comparável a um nefasto abandono; é deixar-se levar sem ao menos opinar ou mesmo levantar alguma dúvida no tocante de até que ponto está deixando-se conduzir; um ato cego de adesão a quem mal conhece ou em quem nunca ouviu falar ao menos uma letra. Francamente….! O eleitor consciente deve fazer suscitar um ato de inteligência e abusar do seu direito de conferir/confrontar as credenciais e propostas de quem deseja representá-lo nas assembléias do povo, distinguir o que é intenção e o que é genuinidade em suas palavras. E nunca, durante uma campanha eleitoral, deixar-se obcecar por promessas ou imagens de candidatos que usam de um caríssimo marketing político para dele retirar a sua sagrada capacidade de raciocinar e discernir. Nunca é demais lembrar que ao votarmos em um determinado candidato, estamos na realidade passando-lhe uma procuração com o poder de exercer funções legislativas em NOSSO nome…..durante anos.

*Agente Social – Uberlândia-MG