Autor: Rafael Moia Filho*

Pela primeira vez em 522 anos, o Ministério da Economia ao invés de usar o Regime de Caixa para as contas do União, passou a usar o Regime de Competência conhecido por qualquer contador e administrador formado do Brasil.
Assim, finalmente, ficamos sabendo que o Brasil possui aproximadamente 8 trilhões de Ativos, e 19 trilhões de Passivos. (Fora uns ajustes que eles não fizeram.) Ou seja, temos um furo de 11 trilhões, 100 vezes nosso superávit.
Estamos tecnicamente quebrados, à espera do vencimento de algumas dívidas a pagar sem caixa para quitá-las. Esse dia chegou com os precatórios. De tecnicamente quebrada, a União se tornou factualmente insolvente.
Pagar agora despesas como salários de funcionários públicos e não pagar os precatórios é crime, chama-se fraude ao credor. Por isso dizemos que a PEC dos Precatórios aprovada em toque de urgência pela Câmara Federal por mais de 300 deputados e agora no Senado esperando sua votação é criminosa. Afinal de contas todos os credores são iguais perante a lei, dívida é dívida.
Para não incorrer nesse crime, Guedes teria que fazer um corte de 10%, digamos, em todos os credores, inclusive nos precatórios, mas pagar em dia e não daqui 20 anos.
E esse caso dos Precatórios irá ocorrer a cada ano, com mais intensidade, depois vem as aposentadorias dos mais espertos. O correto seria pedir falência do país.
Despede-se todo mundo (os melhores serão recontratados na União Pós Falência, as estatais seriam vendidas, os portadores de títulos públicos receberiam menos que 50%.). A União emitiria um novo CNPJ – 0.000.000-02, e começaríamos do zero.
A Bolsa em vez de cair subiria graças aos estrangeiros, e aos detentores de dívidas públicas.
Talvez assim, pudéssemos recomeçar o país da estaca zero, acabando com a obrigatoriedade de vencimentos para vereadores nos 5.570 munícipios do Brasil. Promover uma redução de 50% no número de deputados estaduais nos 27 Estados e no DF. E para completar o corte, redução de 81 para 54 senadores e de 513 deputados federais para 256.
Com essa economia e sem o fardo das estatais e dos empregados comissionados haveria uma economia de bilhões em um ano. Sem contar que a recontratação dos servidores públicos federais seria feita com critério técnico, apenas e tão somente técnico.
Imóveis seriam leiloados e o dinheiro revertido para o tesouro nacional. Sairíamos da situação de insolvência para o estágio do renascimento enquanto nação. Com os cortes na classe política, economizaríamos com a respectiva redução de milhares de assessores nas três esferas do poder legislativo e do executivo.
Sem estatais os políticos que fossem eleitos não poderiam mais indicar ninguém a cargo algum no país. Também não poderiam manipular verbas para seus pares. (Fonte: Consultor de empresas Stephen C. Kanitz).

*Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.