Ivan Santos – Jornalista
Os eleitores do Brasil que acompanharam eleições de presidente da República nos últimos 20 anos sabem o que é eleger um chefe de Governo sem um programa definido para o País.
Lula elegeu-se presidente da República em 2002 e assumiu o governo em 2003 sem um programa definido para executar. O povo votou numa esperança de renovação sem sabe de quê. Lula era um líder sindical sem experiência administrativa pública. Chegou com um tal de “Programa Fome Zero”. Lançou o Programa e foi um fracasso. A distribuição de produtos alimentícios para os pobres transformou-se em roubalheira incontrolável.
Rapidamente, o esperto sindicalista aproveitou os programa de transferência de renda criados pelo presidente FHC – o Bolsa Escola e o Vale Gás – e os transformou no Programa Bolsa Família como recomendara o Banco Mundial. O Bolsa Família era um programa temporário até cada beneficiário encontrar um emprego. Lula o transformou em permanente e de máximo interesse político eleitoral. Lula tinha um programa de poder, não de governo.
Lula elegeu Dilma que, reeleita, foi impedida de continuar no poder por erros e equívocos numa administração autoritária. Depois de Dilma houve o mandato tampão de Temer e, a seguir a maioria dos eleitores elegeu outro Salvador da Pátria – um obscuro deputado que também não tinha programa de governo. Tinha um discurso moralista e politiqueiro e um projeto de poder. O Capitão Mito Bolsonaro, depois de três anos e meio de governo não tem programa para a Educação, não tem para a Saúde, não tem para a Segurança nem para a Economia. É candidato à reeleição até agora com um programa: evitar a volta do PT e da Esquerda ao poder.
Este cenário indica que até agora, Lula e Bolsonaro não tem um projeto para o País. Cada um deles tem um projeto de poder. Os brasileiros devem decidir se querem que o País continue a navegar sem rumo ou se vão exigir um programa sério para tirar o Brasil do atraso em que está metido desde o lançamento do Plano Real em 1994.