Ivan Santos – Jornalista

Ninguém, com experiência em administração pública, esperava que o presidente Capitão Mito fosse falar de Educação na Abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Raras pessoas imaginaram que o Capitão trataria de querelas politiqueiras discutidas com frequência com apoiadores no Cercadinho em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.
Falamos agora em educação porque o Governo não tem projeto para este assunto. Hoje, no Brasil, a situação das Universidades Federais é insustentável. Depois da aprovação tardia do Orçamento da União para este ano o Ministério da Educação foi penalizado com o corte de R$ 2,7 bilhões. Não é pouca coisa. Só nos repasses para as 69 Universidades Federais a redução orçamentária foi de R$ 1 bilhão. Esta decisão indica que para este governo, ensino superior deve ser bancado por instituições privadas.
Não queremos dizer que a transferência da responsabilidade do ensino superior, do poder público para a iniciativa privada é um erro. Registramos que é uma mudança que precisa ser encarada com seriedade. Se é um programa do Governo a sociedade precisa se preparar para absorver a mudança. Esta política pode ser deduzida da declaração do ministro da Educação que, há poucos dias, disse que ensino superior não é para todos. As famílias de trabalhadores devem se contentar com a formação dos filhos em cursos técnicos formadores de mão de obra para o mercado. Esta é uma visão política diferente da que prega “universidade para todos”. Quem concordar com essa política que a apoie. Quem não concordar, reaja contra. É assim numa democracia.
A realidade nacional indica que a maioria das universidades federais não consegue hoje pagar todos os compromissos e segue endividada. Algumas Universidades cortaram até telefone e reduziram serviços de limpeza. Em outras os estudantes que dependem de bolsa-moradia e auxílio de sobrevivência estão ameaçados de ficar no tempo a espera de manjar do céu. O governo até agora não se mostrou preocupado com evasão. Aliás, este assunto é conversa fiada da oposição.