Autor: Rafael Moia Filho*

O ministro Alexandre de Moraes do STF mandou prender um ex-deputado acusado e condenado por corrupção, por portar armas de fogo num vídeo em que produziu ameaças a integridade do ministro e do STF. O mesmo ministro é relator do processo contra os crimes praticados por uma turba bolsonarista que espalha fake news desde a campanha eleitoral de 2018. No TSE, o Ministro Barroso foi contra a implantação do voto impresso, alegando motivos dentro do que chamamos de processo democrático.
Pois em tese, são estes os motivos de Bolsonaro para convocar e ameaçar os dois ministros e suas instituições nas manifestações do dia 07 de setembro nas ruas brasileiras. Ninguém em momento algum teve o sagrado direito de liberdade de expressão ou de ir e vir, ambos garantidos pela constituição ameaçado. Nenhum cidadão brasileiro inocente foi preso ou impedido de se manifestar livremente em nosso país.
A verdade é que o bolsonarismo tem como base fiel a mentira, aquilo que se denominou como pós verdade. Em cima dessas mentiras esse político incapaz que nada realizou em dois anos e oito meses de mandato navega. Ele exerce lavagem cerebral sobre essa gente que se dizem patriotas mesmo quando invocam uma intervenção militar para justamente fechar as instituições democráticas do nosso país. São cúmplices, coniventes com essa determinação que vem do palácio do planalto.
É fato de que Bolsonaro não foi eleito pela maioria dos brasileiros, mas sim por uma maioria dos votos válidos, que na ocasião resultou em 57 milhões de votos. Num cenário onde o total de votos dados ao candidato Haddad somado aos votos nulos, brancos e abstenções chegaram a 86 milhões.
Porém, Bolsonaro confunde o povo brasileiro que no momento passa fome, necessidades básicas, desemprego, sofre com inflação alta e preços obscenos, com aquele povinho que o cerca na saída do Planalto ou nas suas aventuras grotescas em cidades brasileiras em cima de motos, carros ou jegues.
Então é uma falácia dizer que a maioria dos eleitores votou no atual presidente no segundo turno da eleição de 2018. A maioria não aprova esse desgoverno de incitação ao ódio, onde nada foi realizado para termos uma economia estável, para desenvolver ações que pudessem reduzir o desemprego, a carência de distribuição e transmissão de energia elétrica ou a produção de energia alternativa. Um governo que não trabalha e vive em palanques montados para manter-se em evidência diante de seus aloprados seguidores.
No Brasil, hoje, o povo é representado por 213 milhões de seres humanos. Essa patrulha ideológica que espalha o ódio, a mentira e tenta enganar a maioria aplaudindo esse político obtuso, despreparado e mentiroso não vai conseguir reconduzi-lo ao mesmo cargo. Motivo? Primeiro porque não terá nada a dizer de positivo a favor de seu mandato. Segundo, como mostram todas as pesquisas eleitorais, o suposto Mito de barro não chega ao segundo turno em 2022.
Isso explica essas manifestações antidemocráticas e o desespero do Mito e de seu bando de fanáticos na tentativa de virar a mesa, de dar um golpe “A La Chávez” da Venezuela. Pois sabem que pela via democrática esse sujeito perderá a eleição e ficará à disposição junto com seus filhos da nossa Justiça, a mesma que ele tenta desqualificar, pois sabe de seus crimes e dos seus filhos.
Os que irão às ruas no dia 7 de setembro aplaudir o mito não representam o povo. Parte significativa do povo, a maioria, vai ficar em casa ou aproveitar os feriados de fim de semana e o ponto facultativo da segunda-feira para descansar. O povo é o povo, esse gado, que serve como massa de manobra não os representa.

*Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.