Ivan Santos – Jornalista

A semana passada terminou com um recuo tático do presidente Capitão Mito que decidiu suspender os ataques aos ministros Alexandre de Morais e Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
Os ataques do presidente aos ministros foram programados e tiveram duas finalidades: encobrir efeitos negativos do governo insinuando que não governa porque forças poderosas impedem o Mito atender às aspirações do povo e escolher inimigos imaginários para um contraponto que mantenha mobilizados os apoiadores emocionais. Por isto o recuo do Capitão parece tática de guerra: recuar para recompor forças e depois atacar.
Esta semana promete ser importante para o Capitão redefinir as ações do governo no final do mandato. O governo está a poucos dias de um ano das eleições. Politicamente não há mais tempo para aprovar reformas estruturais, nem mesmo a tributária. Com engenho e arte política o governo poderá ajudar a aprovar uma pequena mudança na lei do Imposto de Renda, apelidada de “reforma tributária”.
O Capitão precisa deixar as querelas politiqueiras de lado e dedicar-se às articulações para que a proposta do orçamento para o ano eleitoral de 2022 não seja descaracterizada no Congresso. Esta é uma tarefa indelegável porque conversa de alto nível é com o chefe da boiada e não com vaqueiros, como dizem os caboclos do grande sertão.
A manifestação de 7 de setembro foi uma barulheira que deixou o Brasil como estava com inflação alta, crise na saúde, social e econômica. A Manifestação de hoje não vai agravar a temperatura negativa mais do que está. O Capitão, que tem o controle do leme, precisa deixar as peleias de lado e governar para todos, não para uma facção. Os da esquerda, os ateus, os gordos e os feios são também viventes de Pindorama e pagam impostos. Então é precisa governar para todos e não só para os amigos da direita. Pense nisto, majestade.