Ivan Santos – Jornalista

Em campanha pela reeleição em outubro de 2022, mais de um ano antes do dia da eleição, o Capitão Mito Bolsonaro que preside a República do Brasil transformou as comemorações do dia da Independência do Brasil – de setembro – em comícios. Dois deles, os maiores, em Brasília e em São Paulo. O Mito aproveitou para dizer aos apoiadores incondicionais que está na Presidência e de lá só sairá se Deus quiser. Aproveitou para criticar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, especialment4 o ministro Alexandre de Morais, que não deixam trabalhar. Pior: disse que não cumprirá mais ordens emanadas do ministro Alexandre de Morais.
Numa democracia as palavras do Mito são absurdas e assume alta gravidade porque foram pronunciadas pelo chefe de um dos poderes da República, o Executivo. Tão graves que o presidente do Senado cancelou as sessões desta semana para que os líderes dos partidos possam se reunir para discutir a situação inesperada e grave.
Nas manifestações o presidente nem os manifestantes trataram da inflação, da crise sanitária que já matou quase 600 mil pessoas, do desemprego que castiga 15 milhões de brasileiros e da paralisação da produção econômica num ambiente de inflação crescente que encarece a cesta básica de alimentos e deixam empurra 60 milhões de brasileiros para a pobreza. Nada disse foi tratado nas manifestações. Foi uma comemoração da independência voltada para elogiar um mito que deseja permanecer por tempo futuro indefinido na Presidência da República. Foi um movimento de republiqueta sul-americana parecido com o de Hugo Chavez na Venezuela. Amanhã será outro dia. Vamos esperar pra ver a futura cor da chita.