Ivan Santos – Jornalista
Atento espero as passeatas de protesto em Brasília e na Avenida Paulista, em São Paulo. Estranhas manifestações de protesto. Não é protesto contra inflação que tirou a carne da alimentação da classe média baixa e dos pobres; não é protesto contra os reajustes mensais de derivados de petróleo, não é protesto contra 15 milhões de desempregados nem contra 25 milhões de trabalhadores em atividades informais. Também não é protesto contra a falta de projetos do governo para reativar a produção econômica geradora de empregos na fase pós pandemia.
As manifestações populares contam com pessoas que se deslocaram de todos os Estados do Brasil; alguns percorreram mais de l mil quilômetros para chegar em Brasília. Ninguém sabe ainda quem custeou tão gigantesca movimentação só para apoiar o presidente da República e pautas antidemocráticas como o fechamento do Congresso e, especialmente, do Superior Tribunal Federal (STF), órgãos que têm a obrigação constitucional de fiscalizar os atos do Poder Executivo.
A defesa do fechamento do STF e do Congresso é um apelo às Forças Armadas para que apoiem o presidente da República para ele assumir o poder como ditador e passe a governar com a família dele e com os amigos. Esta proposição, em pleno Século XXI no país que hoje é a terceira democracia do mundo e a 12ª Economia é uma aberração. No entanto é o que estamos vendo nas proclamações de grupos teleguiados que se apresentam preparados para proclamar hoje um golpe em Brasília e em São Paulo.
Movimentam-se também grupos contrários ao atual governo que defendem pautas da Oposição que também não tem programa definido para governar o País. Neste momento o Brasil está como nau sem rumo num mar revoltado por tempestades políticas, sociais e econômica e o povo a espera de um salvador da pátria. Nosso futuro, neste momento é incerto e nada promissor. Infelizmente.