Ivan Santos – Jornalista

O presidente Joao Goulart, um dos maiores terratenentes do continente sul-americano, proprietário de grandes fazendas no Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, defendia reformas de base, entre as quais a agrária para distribuir terra aos trabalhadores rurais pobres. No dia 13 de março de 1964 na cidade do Rio de Janeiro, na Praça localizada na frente da estação ferroviária Central do Brasil, Goulart, num comício com cerca de 200 mil pessoas, defendeu as reformas de base e anunciou que faria reforma agrária.
Na época os conservadores da direita disseram que o presidente Goulart havia aderido ao comunismo sob a influencia do cubano Fidel Castro e que iria escravizar o povo brasileiro. Os fazendeiros contra a reforma agrária foram aos quarteis e convenceram os militares a derrubar Golart. A derrubada ocorreu na passagem da noite de 31 de março para 1 de abril do mesmo ano. Instalou-se no Brasil um governo militar com a intenção de permanecer no poder por um ano. Os militares ficaram no governo 21 anos.
O Movimento do presidente Capitão Mito Bolsonaro amanha, 7 de setembro, é um movimento político da direita radical e tem uma bandeira como reivindicação: a instituição de uma geringonça eleitoral denominada “voto impresso”. Pra quê? Supostamente para garantir a reeleição do atual mandatário nacional em outubro do ano que vem. Não é um movimento a favor de reformas estruturais administrativas nem contra a inflação. É ação politiqueira para manter o Mito no poder.
Não dá pra comentar mais nada nesta altura do estranho processo político comandado por um chefe de governo sem projetos e sem definição prévia de objetivos. Passeada de protesto para apoiar um governante é algo estranho. Então é preciso esperar com paciência pra saber que bicho vai dar depois do dia 8 de setembro corrente.