Ivan Santos – Jornalista

O Brasil não é um país fácil de entender. Enquanto a população enfrenta grandes problemas sociais agravados por desemprego elevado, inflação crescente e outras dificuldades, o Congresso Nacional aprova uma despesa de R$ 5,7 bilhões para financiar campanhas eleitorais de candidatos de 30 partidos nas próximas eleições. Só falta a sanção do Presidente para validar esse mimo que será pago por brasileiros e brasileiras de mamando a caducando.
Há inúmeros problemas nas planícies nacionais acima e abaixo da Linha do Equador. Neste pedaço do mundo que já foi Terra de Santa Cruz, segundo o IBGE, 68% das famílias perderam renda durante a Pandemia do Corona e foram obrigadas a diminuir a quantidade de alimentos que consumiam. 18 milhões dessas famílias hoje passam fome. O Brasil voltou a figurar no mapa mundial da fome.
Segundo o IBDG a falta de alimentos e o aumento da extrema pobreza se tornaram realidade para 14,5 milhões de famílias brasileiras. O número destas na miséria, registrado em abril de 2021, é o maior da série histórica do Ministério da Cidadania iniciada em agosto de 2012. Antes da pandemia, em fevereiro de 2020, já havia 13,4 milhões de famílias nesta situação. A situação é considerada de de extrema pobreza quando a renda per capita é de até R$ 89 mensais, de acordo com o Governo Federal. Hoje há no Brasil 2,8 milhões de famílias vivendo em situação de extrema pobreza, com renda entre R$ 90 e 178 por cada pessoa por mês.
E os mandatários do Executivo e os representantes do povo no Congresso parecem despreocupados com esta situação. O líder do Executivo tem um assunto prioritário em mente, 24 horas por dia: a própria reeleição. Para isto, defende um tal de “voto impresso” para garantir-lhe segurança eleitoral. E os Congressistas? Para estes a prioridade é também a reeleição. Assim os deputados começaram, na semana passara, a recriar as coligações partidárias – uma geringonça já extinta por lei. Os líderes ignoram o povão e os problemas que afligem os pobres. Este é hoje o Brasil Brasileiro. E muitos ainda dizem que Deus é um caboclinho nacional.