Ivan Santos – Jornalista

O histórico Centrão, grupo político fisiológico de mais de uma dezena de partidos, tem experiência de conviver com o poder político nacional. Do último governo dos militares em 1985 até hoje, o Centro sempre se aliou ao chefe do governo que teve caneta com tinta para assinar decretos de nomeações de servidores e de liberação de recursos do orçamento para aliados.
O experiente e astuto Centrão acaba de assumir o mais importante ministério do governo do Capitão Mito, o da Casa Civil. Neste ministério o Centrão vai comandar todos os outros, orientar o planejamento das ações do governo e formular o orçamento da República para 2022.
O esperto PP, membro do Centrão, não está todo na base de apoio ao atual governo. Metade deste partido está com o seu comandante, o senador Ciro Nogueira, que foi convidado pelo Capitão para assumir o Ministério da Casa Civil. A outra metade está no banco de reserva. Nesta posição espera para ver qual será o nome do candidato que, em 2022, vai despontar para ganhar a eleição. Se for Lula, a reserva do PP vai aderir ao vitorioso e, na hora da formação do Ministério, todo o PP estará com o novo Chefe. Sempre foi assim e assim continuará a ser.
Missões atuais do PP e de todo o Centrão: impedir qualquer chance de prosperar um pedido de impeachment (impedimento) do Capitão; desmantelar a CPI da Covid no Senado; receber na CPI o senador Flávio Bolsonaro; anular a influência de “rebeldes” como Otto Alencar e Simoni Tebet na CPI; atrair mais defensores do Capitão e desmoralizar a CPI. O PP e o Centrão conhecem as regras do jogo político pesado. O Centrão conhece todos os segredos escondidos no outro lado da meia-noite. O Centrão está no comando. Agora vai!