Ivan Santos – Jornalista

Em um governo democrático em regime presidencialista é natural que o líder nacional seja filiado a um partido político com representação no Congresso e, através dele, promova articulações com outras representações políticas para governar.
O presidente Capitão Mito que governa o Brasil não é um político novato sem experiência no processo democrático. O Mito passou 28 anos na Câmara Federal como deputado eleito e reeleito e deve ter aprendido muito sobre articulações necessárias para governar. Mesmo com experiência, o Capitão Mito preferiu passar dois anos e meio na presidência do Brasil sem filiação partidária. Tentou criar um partido para ser dele exclusivamente, mas não conseguiu.
Sem filiação partidária o Capitão Mito foi obrigado a aceitar barganhas confessáveis e inconfessáveis com parlamentares oportunistas para aprovar projetos de interesse do governo no Parlamento. Não demorou muito e o Capitão transformou-se em prisioneiro do grupo fisiológico que teve o maior número de parlamentares denunciados na Operação Lava Jato e conhecido nacionalmente como Centrão.
O governo do presidente sem partido transformou-se em dependente de um grupo de partidos oportunistas que atuam com a filosofia que ensina que “é dando que se recebe”. Assim, para receber apoio no Legislativo, o chefe do Poder Executivo precisa dar. Dar bondades e mimos custeados com dinheiro publico para governar e se sustentar no governo. A prática fisiológica cresceu tanto quo hoje com dá as cartas e joga de mão no governo é o Poderoso Centrão. Na semana passada, o Capitão, rendido a realidade, disse para o conhecimento de gregos, troianos e baianos: “Eu sou do Centrão. Eu sempre fui do Centrão”. Falou, tá falado!