Ivan Santos – Jornalista

O Brasil tornou-se no Século XXI uma terra de contrastes violentos. No primeiro trimestre deste ano, uma parcela minoritária dos brasileiros comemorou o crescimento da riqueza em 1,2%. Não foi muito, mas foi um crescimento significativo num tempo de crise maiúscula na saúde provocada por uma pandemia virótica que já matou mais de meio milhão de pessoas e de desemprego que criou 15 milhões de trabalhadores sem renda.
Enquanto uma minoria felizarda acumula riqueza crescente no Brasil, a maioria dos habitantes do País segue sem trabalho, sem renda, sem saúde, sem educação de qualidade e, pior, sem esperança. O Brasil transforma-se em terra de violentos confrontos sociais.
A verdadeira situação de um país se mede não pelo PIB que favorece uma camada beneficiada por setores da economia que se destacam, como hoje é o agronegócio entre nós, mas pelo Índice de Gini que mede a qualidade da vida por um índice calculado de 0 (zero) a 1 (um). Quanto mais alto, pior a qualidade de vida da maioria da população. A última divulgação do Índice de Gini no Brasil registrou 0,67, a classificação mais alta da série histórica.
Esta realidade nua e crua indica que há neste País uma minoria privilegiada que nada em dinheiro e uma maioria que vive na pobreza ou na miséria, sem saúde, sem educação de qualidade, sem justiça social e sem governo que enfrente a corrupção, a violência e proporcione oportunidade para todos. A ameaça de matar a democracia é a pior realidade política.