José C. Martelli*
25.12.2020
Tempos estranhos estes em que estamos vivendo, em razão da pandemia do Covid-19 que nos assola e preocupa a todos, menos aos alienados.
Pois é, eu particularmente, que durante todos os anos de uma longeva vida, fui parte da origem de inúmeras famílias, tanto de sangue quanto de coração, passei este Natal, por decisão própria, diga-se de passagem, completamente só.
E foi uma experiência nova. A solidão que a princípio parecia dolorida foi aos poucos transformando-se em uma doce e tranquila noite.
Pude “erigir” preces a cada um de meus descendentes diretos e respectivas famílias e a cada uma das pessoas com as quais, de uma forma ou de outra, tenha afeto ou amizade, e claro, também, às respectivas famílias.
Além de tudo isso pude, tranquilamente, receber e responder telefonemas e mensagens daqueles que, em algum momento, lembraram-se de mim.
É bem verdade que dentre essas mensagens, inúmeras eram desses vídeos e figurinhas que nos enviam apenas porque mais fáceis de retransmitir do que uma palavra de afeto ou querência.
Mas o importante é saber discernir e assimilar.
O certo é que foi uma Natal , apesar da aparente solidão, paradoxalmente, muito mais gratificante e abrangente, do que outros que já passei.
E tudo graças aos pensamentos, aos sonhos e à imaginação que não têm peias de nenhuma espécie.
*Advogado e professor – Espírito Santo do Pinhal – SP