Marília Alves Cunha*

“A esperança tem duas filhas lindas: a indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem a mudá-las.”
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Vamos “se” acalmar. Bem, esta é a fala do presidente da CPI quando pedia aos senadores que se acalmassem, em uma sessão da mesma. Nada que nos espante, dada a pouca leitura da maioria dos nossos representantes… Vamos tratar de coisas mais importantes.
O mundo tem se debruçado sobre sérios e graves problemas causados pela pandemia, que afetou de maneira extraordinária e indiscriminada a vida de todos os povos. Tem gente, em países adiantados que, ao invés de ficar procurando pelo em ovo ou chifre em cabeça de cavalo, numa sanha politiqueira para denunciar e incriminar pessoas que nada têm feito para motivar isto, estão empenhados em descobrir a verdadeira origem do vírus. Parece que o perigoso e mortal bichinho não voou em asas de morcegos, nem é produto da natureza. Esta procura é boa, é útil. Não é possível, diante de tão trágicas consequências, fechar os olhos. Doa a quem doer, a verdade tem de ser perseguida, tem de falar mais alto e a transparência deve ser absoluta. Afinal, toda a humanidade está envolvida no problema…

Outro problema que se agrava a cada dia, diz respeito á imunização através das vacinas. Não sou “negacionista”, como chamam os donos da verdade todos aqueles que questionam, duvidam (da dúvida vem a luz), querem explicações, que não aceitam submeter-se á vontade de quem acha que sempre está com a razão. Fiz tudo direitinho, como manda o figurino: isolei-me, como manda a ciência. Tomei duas doses da vacina nos dias e horas marcados, sem reclamação ou imposição, como manda a ciência. Acreditei e obedeci! Agora, de acordo com os noticiários, inclusive estrangeiros, problemas estão ocorrendo com as vacinas. Noventa países têm relatado a fraquíssima (quase nula) potência imunizatória da vacina Coronavac, aquela mesma defendida com devoção pelo governador Dória. Defesa que chegava ás raias da obsessão. Iniciou a corrida presidencial fazendo da vacina o carro-chefe de sua campanha e empenhou-se nela como se fosse o salvador da pátria…

Para o Brasil isto é um problema real. Muita gente, grande maioria de idosos, médicos e agentes de saúde receberam a Coronavac. Em alguns países que também aplicaram a vacina em grande proporção, já se fala em 3ª.dose. For God’s sake! É o novo normal ir tomando vacina assim a 3 por 2, na tentativa de acertar, sem que nada indique um possível acerto? Continuaremos sujeitos a contrair a doença, com a falsa sensação de que estamos seguros? Outras vacinas também estão tendo seus efeitos analisados e alguns países têm renunciado a algumas delas.

Mas pensemos no Brasil, a nossa pátria amada e tão subtraída em dinheiro, esperança, ânimo. Não seria prudente, bom e correto acabar com a politicagem e começar a pensar no povo, tomando atitudes com relação às vacinas? Se uma vacina não imuniza pelo menos minimamente, por que comprar e distribuir? Se uma vacina produz efeitos colaterais graves, por que sujeitar as pessoas a isto? Já sofremos demais, já gastamos demais, já fomos usurpados demais! Ao contrário dos noticiários, Deus queira que as vacinas funcionem, que tudo não passe de suposições e não haja problemas maiores, é isto que desejamos muito.

No Brasil, como uma nuvem de fumaça para encobrir os verdadeiros problemas, a pandemia tem servido para atribuir ao presidente Bolsonaro toda a culpa pelas consequências trágicas de um vírus que veio ao mundo para aniquilar pessoas, suas vidas, seus negócios, seu futuro. Afinal, depois de tantas tentativas fracassadas e até ridículas para por fim a um governo, esta seria a mais rica em possibilidades. Por que? Simplesmente porque erros e acertos todo o planeta cometeu no enfrentamento da doença e seria realmente fantástico que não tivessem cometido. Mas não vejo nenhum país crucificando um presidente, seus ministros, seus assessores, seus colaboradores, como se eles estivessem deliberadamente, com um propósito maligno, assassinado milhares de pessoas. Seus atos, seu empenho em trabalhar contra a doença, agem poderosamente contra esta tentativa maldosa e antidemocrata. A oposição nada tem feito de útil, em nada tem ajudado o Brasil neste momento grave, a não ser espalhar mentiras, intranquilidade, boatarias, que geram dúvidas e insegurança. O principal está sendo deixado de lado, a essência está sendo esquecida.

Estamos numa guerra, injusta e desigual. Uma guerra que não começamos e para a qual dispomos de poucas armas para o combate. Não façamos desta pandemia uma coisa pior do que ela é, políticos. Pensem mais no Brasil e menos em seus próprios interesses. Este país bonito, onde habita um povo gentil e ordeiro em sua maioria, quer apenas viver tranquilamente, trabalhar, cuidar de suas famílias e usufruir das coisas boas que a vida possa lhes oferecer. Não ponham mais lenha na fogueira, deixem o Brasil em paz para crescer e se tornar melhor para todos!

*Educadora e escritora – Uberlândia – MG