Autor: Rafael Moia Filho*

A turba alienada de bolsonaristas que diariamente ficam na porta do palácio do planalto esperando o presidente descer, parar e acenar, vivem numa espécie de bolha, onde não entram a realidade, as críticas, o desempenho pífio do governo e os crimes cometidos na pandemia. O presidente por sua vez pensa que está se dirigindo aos 202 milhões de brasileiros.
Essa gente fica em número pequeno, não passam de vinte a trinta pessoas durante a semana, um pouco mais aos finais de semana. Se vestem com a camiseta amarela da CBF, que virou um grande mico para a Nike, pois encalhou suas vendas. Alguns que se consideram mais “patriotas” se enrolam na bandeira nacional.
Em alguns momentos eles se parecem com aqueles grupos de fãs de bandas adolescentes que gritam histericamente nas portas de hotéis. Na prática estão tratando o velho político de carreira com mais de 30 anos como Agente Público como se este fosse um mito ou um grande estadista.
Essa situação inédita, ridícula, não é exercício de cidadania, longe disso, é uma histeria inútil, tentando demonstrar aquilo que não existe, ou seja, Bolsonaro não traduziu essa idolatria em atos concretos a favor da Nação ou do povo brasileiro. Não redigiu um só decreto a favor da volta do emprego, da compra das vacinas, da instituição e planos de habitação e combate à fome e a miséria.
Até porque, o auxílio emergencial original feito por Bolsonaro e sua equipe econômica era de R$ 250 mensais por três meses. Quem alterou foi o Congresso Nacional, que aumentou o valor para R$ 600 reais por seis meses.
Em qualquer área do governo federal a ser discutida o desempenho do governo Bolsonaro é pífio, medíocre na Saúde, Educação, Infraestrutura, Relações Exteriores (somos uma Nação a ser evitada lá fora), Habitação, Segurança, enfim, nada foi feito que justificasse essa bolha de alienados no portão.
E o pior é que no restante do território nacional existem milhares de pessoas se comportando dessa forma nas redes sociais, nas discussões com amigos e parentes. Formando uma casta inútil de “advogados” pró bono do presidente. Não possuem argumentos, exceto repetir que o interlocutor é petista, comunista, etc.
O papel do cidadão brasileiro no exercício da cidadania é votar com consciência, depois da posse, acompanhar o eleito e seus atos, fiscalizar tudo e cobrar aquilo que não está sendo cumprido ou que está sendo realizado de forma contrária ao que foi colocado no programa de governo.
Quando navega pela timeline em suas redes sociais favoritas, o presidente Jair Bolsonaro vê reafirmada a imagem de “mito” que seus seguidores mais apaixonados criaram e encontra muito negacionismo em relação à gravidade do coronavírus.
Apesar de pesquisas mostrarem que uma porção cada vez maior da população perde a paciência com o governo, as críticas não perfuram a bolha que o presidente criou para si no Instagram e no Twitter, na qual a visão crítica parece ser o critério de corte.
O pessoal da bolha não lê, nem ouve ou assiste quaisquer notícias que estejam na grande mídia. Acreditam e são enganados por isso, que o certo é o que está na mídia alternativa bolsonarista ou nas informações de seus grupos no WhatsApp ou Redes Sociais.

– Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.