Ivan Santos – Jornalista
Não adianta ter esperança de que o presidente Jair Bolsonaro mude o estilo político polêmico que tem. Ele passou 28 anos na Câmara Federal como parlamentar do baixo clero sempre com um discurso contra a violência, contra a diversidade sexual, contra o socialismo, contra o comunismo e contra a democracia. Na prática, só falação. Nenhuma ação. Bolsonaro sempre encontrou pessoas que se encantaram com as falas dele e o reelegeram para sete mandatos sucessivos.
O deputado federal Jair Bolsonaro, em 2018, foi candidato a presidente da República sem um programa definido, sem metas a cumprir e sem um partido que lhe oferecesse quadros experientes e testados para governar. Na campanha, alguns assessores perceberam que as pessoas estavam cansadas de ouvir promessas de políticos através dos meios tradicionais de comunicação e recomendaram ao candidato, então cognominado Mito, um discurso liberal veiculado pela internet. Ele aceitou e propagou uma ilusão.
O Mito, que nunca foi da direita nem da esquerda, transformou-se em liberal de ocasião. Na campanha foi beneficiado politicamente por uma facada que, se não foi mortal, foi propagada como ato agressivo para impedi-lo de “salvar o povo brasileiro”. Recolhido num hospital, o Mito não precisou participar de debates que poderiam ter revelado que o discurso dele era vazio e que o astro não tinha experiência para administrar o País.
Eleito por brasileiros que tinham perdido a esperança no governo esquerdista do PT que ficou identificado como um “governo de roubalheiras”, o Mito assumiu o poder sem saber o que fazer. Aceitou uma reforma ministerial recomendada por teóricos sem experiência prática e posicionou-se como um ator político em permanente campanha contra inimigos invisíveis. Assim continua até hoje. O presidente Mito continua a ser como o deputado que por 28 anos combateu comunistas, bandidos e esquerdistas. Bolsonaro sempre foi e continua a ser Bolsonaro. Nada mais que Bolsonaro.