Advogado Padre Amauri Paixão*

IGREJA LUTERANA NOS EUA

1ºBispo transgênero Megan Rohrer
“Pessoas trans são belas filhas de Deus;
e são também criações divinas”
Fonte. GLOBO. G1.12/05/2021

I-INTRODUÇÃO

Miguel de Cervantes, no ano de1600 da era cristã, em Sevilha no império
Espanhol, símbolo maior da literatura da língua castelhana, foi um soldado
mercenário, miliciano, não subordinado à carreira em exército formal, homem
pobre que vivia prestando diversos serviços domésticos, e oferecia sua destreza
de combatente para receber parcos salários para sua sobrevivência; o escritor
Miguel foi um adepto intransigente da liberdade realmente existente, combatia
nas trincheiras do laicato, do mundo secular e entendia a vida nesse mundo
como sendo um desafio num fio da navalha entre fantasia e realidade “normal”,
sem se recorrer a nenhum tipo de dogmatismo religioso, subserviência ao poder
político, e sem concessão a censura moral.
Essa abertura introdutória, sem compromisso de fidelidade de discípulo
ao mestre, é inspirada no filósofo e filólogo, crítico literário, 54 anos, totalmente
inserido na tradição latina da língua espanhola, JESUS GONÇALVES
MAESTRO, que propõe a razão literária como sendo instrumento de
discernimento político e um farol para entendimento da conturbada civilização
mundial do século XXI.
Jurgen Habermas, com 61 anos, em 1990, de certo modo sujeito aos
influxos razão literária2, adverte que o mundo está sendo assaltado por uma
forma de terrorismo moral3, como uma espécie de revolta contra a razão
iluminista política, com sua pretensão ao exercício e juízo crítico sem contágio
das emoções, incertezas banalidades, por outro lado da suave e inteligente

1 BIOGRAFIA DE MIGUEL DE CERVANTES. Nascido em( ☼ )1547, filho de pai pobre aprendeu a ler escrever, e
aquisição de conhecimento literário de modo precário, sem recursos para cursar a universidade. Manifestou interesse e convivência com os grupos de teatro e assiduidade junto aos estudantes universitários na vida boemia das diferentes cidades universitárias da Espanha. Cervantes foi presidiário, escravo em território islâmico, pajem de nobres. Lutou como mercenário em várias batalhas no século XVI. Sofreu ferimento num dos braços, durante uma batalha e ficou invalido para o resto da vida. Morreu na miséria acolhido pela ordem terceira franciscana em 23 de abril de (†)1615.
Escreveu muitas obras literárias em diferentes gêneros. Sua obra mais famosa em 126 capítulos, O ENGENHOSO
FIDALGO DOM QUIXOTE DE LA MANCHA.2A RAZÃO LITERARIA é apreensão do inteligível na produção literária, não obstante, o escritor trabalha com o sensível e a “ficção”, alcança a inteligência da literatura de modo suave, e não com viés dogmático típico da teologia, e formas assemelhadas euclidianas de postulados e axiomas filosóficos. Repetindo: para os filósofos as premissas e postulados doutrinarias são crenças e verdades solidas; para os literatos predomina uma racionalidade sob a “ficção” em sua ordem inteligível.
Habermas é crítico do iluminismo francês do século XIX e vislumbra a razão instrumental e administrativa do Estado
moderno como alienada da realidade vivencial e do mundo sensível dos cidadãos.
3 TERRORISMO MORAL. Uma nova onda, desde 1990, a partir da Europa, que proclama um moralismo reacionário,
xenófobo e racista com ataques a diversidade sexual, afirmação subjetiva da pluralidade de gênero ( LGBTQIA+).

*Sacerdote católico e advogado – Diretor da OAB-MG – Belo Horizonte – MG