Ivan Santos*

O Capitão Mito Bolsonaro, que preside o Brasil, tem confundido população com o grupo de simpatizantes que comparece num cercadinho armado na frente do Palácio da Alvorada para o aplaudir. Os fiéis seguidores do Mito também falam em nome da população brasileira sem ter procuração para representar 210 milhões de pessoas. O espetáculo de mistificação em nome da população é vibrante.
Nesta semana, surpreendentemente, o Mito disse, diante dos apoiadores dele no cercadinho, que “o Brasil está no limite”. Não explicou limite de quê. E em seguida disse: “Eu só faço o que o povo quiser que eu faça”. “O povo quiser” é o quê? Não deu pra entender o que o Mito está disposto a fazer se o povo quiser.
O cenário no Planalto indica que o Mito está metido em uma camisa de onze varas. Estamos no meio do mês de abril e até neste momento a República do Brasil ainda não tem o Orçamento de 2021 aprovado. O Mito hoje é refém do esperto e ganancioso Centrão que pensa na reeleição de deputados e senadores, não no povo. O Mito, que não soube articular uma ação política no Congresso acabou refém político do Centrão.
A situação do líder que prometeu governar sem fazer política é desesperadora. Por não fazer política acabou prisioneiro de um grupo oportunista. O Mito se indispôs com países que sempre foram parceiros do Brasil; se indispôs com o Supremo Tribunal Federal e não se entende com o Congresso que aprovou um orçamento absurdo para 2021. Hoje o Mito fica com o Centrão no Congresso ou com o Ministro da Economia. Isto é sinuca de bico com um nó cego pra desatar.

*Jornalista