Ivan Santos*
Nos últimos meses apareceram nos jornais manifestações de políticos sobre a organização de uma coligação de partidos de centro para evitar a vitória da extrema esquerda (Lula da Silva) ou da extrema direita (Jair Bolsonaro) na próxima eleição presidencial.
A dificuldade inicial é definir qual partidos são de centro no universo partidário brasileiro atual, composto de partidos oportunistas. Por acaso os partidos do Centrão que se aproximam de todo governo para levar vantagem podem ser considerados partidos de centro? O centro político, no mundo e no Brasil, sempre foi uma utopia política. No Brasil o centro é recheado de partidos oportunistas dispostos a aderir a quem está no poder para ganhar bombons coloridos e adocicados.
O cenário político no mundo, ao longo da história, foi dividido entre quem está no poder e os que pretende conquistar o poder. Esta tem sido a lógica do processo político.
No Brasil há hoje dois pré-candidatos a Presidente da República em 2022: na direita o presidente Jair Bolsonaro (ainda sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na esquerda. Bolsonaro tem a máquina do Governo que o beneficia e fortalece; Lula da Silva ainda não sabe se pode ser candidato e procura unir a esquerda e conquistar parte dos partidos periféricos para defenestrar Bolsonaro do poder.
Nada está definido ainda sobre candidatos em 2022. A pandemia virótica que perturba a sociedade brasileira ainda está atuante. Ninguém hoje sabe como será o amanhã e como ficará a economia no fim deste ano. E a economia, com pleno emprego ou desemprego elevado influi no processo eleitoral. Assim, qualquer especulação sobre eleição e candidatos a Presidente é pura especulação hoje. Então não podemos saber que bicho vai dar amanhã.
*Jornalista