Ivan Santos*

Toda vez que leio um texto do filosofo alemão Karl Marx lembro-me de uma proclamação dele que jamais me saiu da memória. Disse Marx: “Os filósofos não têm feito mais do que interpretar o mundo de diferentes maneiras, mas o que importa é transformá-lo”. Foi um brado contra os indiferentes políticos e uma convocação à ação para mudar a ordem social.
A oposição política no Brasil está hoje como os indiferentes do tempo de Marx. Os partidos da oposição ao governo do Capitão Mito estão como um turista solitário numa praia deserta a ver navios. Não combatem nem criticam as ações que consideram erradas ou inoportunas. Também não se organizam para disputar a eleição majoritária no ano que vem. O Mito percorre o Brasil tranquilo sem empecilhos. A única oposição que enfrenta é a criada por ele mesmo.
Se a oposição não se organizar e não se unir em uma frente política bem organizada e com um programa claro e objetivo que interesse ao povo, o Mito, que está em campanha diária nas redes sociais e percorre o País como pré-candidato se reelegerá na próxima eleição. Ninguém espere que o Capitão se desgastará. Não, porque ele não tem oposição. O Mito não tem programa de governo, mas a oposição também não tem.
O Mito tem 30% do eleitorado ao lado dele e a oposição, neste momento, tem pouco muito pouco. Para ter sucesso numa eleição majoritária nacional é preciso organização, predeterminação e planejamento. Tudo antecipado. O mito começou a campanha nas redes sociais pela reeleição logo após a posse. A oposição continua a dormir no ponto e assim poderá ser atropelada antes da madrugada.

*Jornalista