Gustavo Hoffay*
Ao longo dos seus vinte e cinco anos de existência e a exemplo de outras entidades que também cuidam da reabilitação de dependentes de químicos e oficialmente reconhecidas por praticarem tão nobre e salvífica missão, a Fundação Frei Antonino Puglisi ( antes denominada “Giuseppina Saitta” e em homenagem à mãe daquele saudoso religioso) conta com um quadro de eficientes e dedicados voluntários que, felizes e conscientes, doam algumas horas mensais do seu tempo à causa defendida e abraçada por aquela organização. São pessoas que entregam-se e procuram integrar-se a um serviço essencialmente belo e cativante e que têm, por recompensa, uma genuína felicidade enquanto auxiliam os internos em tratamento na Comunidade Terapêutica Fazenda Stella Maris e, também, os familiares e amigos co-dependentes durante as reuniões promovidas na sede ( Domos Aurea) da Fundação Frei Antonino Puglisi. Verdade é que tudo que é humano é limitado; isso, porém, não as impedem de praticar um sincero desprendimento pessoal e dedicarem-se de maneira espontânea à causa “Dependência Química”. Algumas dessas pessoas são até pouco ou nada conhecidas por alguns familiares daqueles que beneficiam-se dos seus serviços de auxilio à terapia e assistência e os quais, regularmente, são prestados na naquela Comunidade Terapêutica pois, sabe-se, o bem não faz alarde de si. E como diziam antigos mestres -“ Não espere encontrar um grupo feito para iniciar uma partida de futebol. Comece você mesmo a organizar-se e a praticar, fazendo belas jogadas e enquanto lançando amor e bondade em torno de si”. Esses valiosos voluntários doam um pouco do seu tempo, da sua capacidade de ouvir e de colaborar em prol daqueles a quem muitos ( tidos por saudáveis) viravam a face ou mesmo contribuíam para que vivessem à margem do progresso social e econômico. As pessoas que prestam seus serviços de maneira voluntária a favor dos internos em tratamento na Comunidade Stella Maris e aos seus familiares na sede urbana Domus Aurea, seguem semeando e plantando graças ao grande potencial de energia latente em seus corações. Interessante observar que no inicio do tratamento dos seus filhos (ou outros parentes), é natural um pouco de preocupação seguida de lamúrias a partir de familiares diversos e diante do que ainda lhes é desconhecido, mas logo são confortados pelas palavras do Mestre e a eles transmitidas por alguns dos nossos valiosos voluntários:-“ Vivamos bem e os tempos serão bons. Nós somos os tempos. Quais formos nós, tais serão os tempos”. É quando, então, os recuperandos são incitados pelos próprios voluntários daquela Fundação a não lamentarem, a terem fé e a nunca cruzarem os braços, pois os seus parentes ou amigos estão bem e precisando da força da oração e do otimismo de cada um daqueles que aguarda pela sua plena reabilitação! Os voluntários da Fundação Frei Antonino Puglisi estão sempre prontos a estender, conscientemente, as suas mãos aos internos em tratamento e aos seus respectivos amigos e familiares enquanto dando-lhes a necessária atenção e suporte pois sabem, muitas vezes por experiência própria, que podem doar-se muito mais e até acima do que eles mesmos julgam ser capazes. Prestar serviços voluntários é doar-se, é amar e amar é abrir-se ao próximo; e os nossos voluntários sabem que sem amor não há quem atinja a plenitude da vida e da felicidade. É certo que quem se abre para esse tipo de serviço expõe-se ao perigo de ser explorado ou mal compreendido; mas esse risco ainda é preferível à certeza de que, não abrindo-se, a pessoa deixa passar uma excelente oportunidade de obter graças sobre graças e de crer na possibilidade do que antes podia parecer-lhe impossível, utópico. Por tudo isso, humildemente, eu saúdo a todos os voluntários da Fundação Frei Antonino Puglisi e também a diversos outros em demais serviços de atenção a enfermos, verdadeiros portadores da esperança e ternamente reconhecidos por todos aqueles a quem doam-se regularmente. E quando agora atravessamos um deserto contaminado por um vírus letal, mais que nunca em nosso país assistimos ao serviço espontâneo, gratuito e valoroso de centenas e centenas de pessoas as quais, incansáveis, promovem e executam ações para barrar o avanço da pandemia e cuidarem de pessoas infectadas. Meus humildes e sinceros parabéns a toda essa valorosa classe de obreiros.
*Presidente Conselho Curador da Fundação Frei Antonino Puglisi – Uberlândia-MG