Em setembro do ano passado, a QuímEJ foi listada entre as quatro empresas juniores que mais faturaram no país

Bloco 5I do Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia, onde está localizada a sede da QuímEJ. (Foto: Arquivo pessoal)

Formada e gerida por estudantes universitários, cada empresa júnior (EJ) é uma organização sem fins lucrativos que, por meio da vivência empresarial e realização de projetos, põe em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. De acordo com a Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), atualmente, aproximadamente 29 mil universitários são engajados no Movimento Empresa Júnior, por meio de 1.300 empresas juniores que realizam mais de 30 mil projetos por ano.
Dentro da Universidade Federal de Uberlândia, não é diferente. A UFU conta hoje com 29 EJs, presentes em todos os campi instalados nas cidades de Uberlândia, Ituiutaba, Monte Carmelo e Patos de Minas. Dentre elas, está a QuimEJ, dos cursos de Química Industrial e de licenciatura em Química do Instituto de Química (IQ/UFU). Criada em 2017, a partir do inconformismo de alunos com relação à quantidade de oportunidades que eles tinham ao longo da graduação, esta EJ presta serviços de consultoria e soluções na área de Química para Uberlândia e região.
Apenas em 2020, a QuimEJ realizou 57 projetos e teve um faturamento de aproximadamente R$ 32 mil. Em um levantamento ocorrido em setembro, ela figurava entre as quatro empresas juniores que mais faturaram no país. Para este ano, a perspectiva é de que sejam realizados 65 projetos.
A gestão da empresa é feita por alunos do curso de Química Industrial que, além de aplicar o conhecimento teórico na prática, têm a oportunidade de cultivar o espírito empreendedor, ter uma vivência empresarial durante a graduação, crescer profissionalmente e contribuir para o desenvolvimento econômico da região, por meio da prestação de serviços de qualidade, impactando positivamente nos negócios de micro e pequenos empreendedores.

Alunos durante atividade da EJ. (Foto: Arquivo pessoal)
Então estudante, Verônica Lacerda colaborou para a fundação da QuímEJ e ocupou o cargo de diretora presidente até 2018. Hoje graduada, ela relata que a ideia inicial da EJ era poder ampliar a visão de mercado dos alunos e proporcionar uma experiência profissional antes da conclusão do curso, sendo uma oportunidade para aquisição de habilidades que não seriam conquistadas com a grade curricular do mesmo.
Segundo o professor João Flávio da Silveira, que foi tutor desta empresa júnior entre 2019 e 2020, a área química oferece um amplo espectro de atividades nas quais o profissional pode atuar. “Desde métodos de controle de qualidade de diversos tipos de produtos até o desenvolvimento de novos materiais e tecnologia, o químico tem uma forte inserção, devido à sua formação multidisciplinar”, aponta.
Na opinião do docente da UFU, participar de uma EJ de Química é uma oportunidade única para que os estudantes vislumbrem a diversidade da atuação de um químico, além de outros benefícios, tais como relacionar e colocar em prática conceitos abordados em sala de aula, desenvolver o trabalho em equipe, a responsabilidade em trabalhar em laboratório e nos demais ramos de uma empresa e aprender sobre hierarquia e profissionalismo.
Na QuímEJ, além de consultoria, atua-se na elaboração de: documentos, com o auxílio ao empresário em sua elaboração e revisão, de acordo com os parâmetros legais cabíveis; treinamentos, com o objetivo de manter a qualidade dos produtos, segurança no trabalho e eficiência nos processos; educação, na redação e elaboração de materiais didáticos e aplicação de experimentos químicos para alunos do Ensino Médio. O foco principal, porém, está na realização de análises físico-químicas com elaboração de relatórios técnicos dos dados interpretados.
As EJs oferecem, por meio da universidade, serviços de qualidade e mão de obra especializada, formada por alunos e professores com experiência na área. Dessa forma, para Silveira, “os setores industriais, tecnológicos e de serviços precisam prestar cada vez mais atenção nas EJs, pois as oportunidades de parcerias, assim como os benefícios são enormes e na área química, onde a diversidade de atuação é grande, as oportunidades para as empresas fecharem parceria são igualmente grandes”.
Dentre os clientes fidelizados da QuímEJ, está uma cervejaria artesanal de Uberlândia, para quem a EJ presta serviços na análise da água de processo utilizada na fábrica, tanto para controle físico-químico, quanto microbiológico. Segundo Patrick Dias, responsável técnico da fábrica, a escolha da empresa júnior se deu tanto pelo custo/benefício quanto pela importância que preza pela aproximação entre universidade e empresas privadas. Esta parceria dura há pelo menos dois anos, desde que a empresa instalou suas atividades na cidade.
De acordo com Felipe Marcassa, o atual diretor presidente da QuímEJ, na questão do suporte a clientes da região, atualmente existem duas formas de captação de clientes. “Isso ocorre por prospecção ativa, que é quando a nossa equipe entra em contato oferecendo as análises para potenciais clientes, quanto por prospecção passiva, que é quando os clientes vêm até a empresa. Isso se dá pelo nosso SITE e perfil no INSTAGRAM ou por meio de contato com a UFU”, explica.
A partir da próxima segunda-feira (08/03), a QuímEJ abrirá inscrições para receber novos alunos interessados em fazer parte da equipe. As informações sobre o processo seletivo serão divulgadas via Instagram.