Ascom/UFU

Divulgação da obra, que analisa a representação do corpo feminino no jornal Correio da Manhã, será realizada virtualmente durante a 12ª edição do Congresso Luso-brasileiro de História da Educação

A capa do livro traz um recorte da seção ‘Assumptos Femininos’, do Jornal Correio da Manhã de janeiro de 1937, que trazia novos parâmetros de beleza para as mulheres
O livro “Pedagogias da beleza: as páginas femininas do Correio da Manhã” é resultado de uma pesquisa de doutorado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que aborda a representação do corpo feminino e a educação por meio da imprensa no jornal Correio da Manhã, que circulou em todo o país de 1901 a 1974. O lançamento da obra acontece, durante a 12ª edição do Congresso Luso-brasileiro de História da Educação (COLUBHE), no dia 24/02, às 18h40, de maneira virtual em virtude da pandemia de coronavírus.
A autora é Renata Neiva, diretora de Comunicação Social da UFU, que estuda a História da Educação das Mulheres e História Cultural da Imprensa e que neste livro oferece ao leitor uma história da educação do corpo feminino através de pesquisa de fragmentos do jornal Correio da Manhã. “A curiosidade sobre a vida, a influência e a morte do jornal surgiram bem antes do doutorado e deu origem à pesquisa de mestrado. Instigada por uma crônica de Ruy Castro, um dos jornalistas do Correio, decidi seguir os rastros do velho diário à procura de indícios sobre a influência do impresso que, durante 73 anos, inspirou a vida de milhares de jornalistas”, declara.
Movida pela intenção de pesquisar como o corpo feminino foi representado e construído através de textos e imagens, além de ter pedagogias da beleza conectadas à sua própria vivência no mundo, a autora analisa as informações que se tornaram parâmetro de beleza para as mulheres. “A pesquisa delimita o estudo analisando as páginas femininas do Correio da Manhã, fundado em 1901 e um dos mais prestigiados no tempo em que impressos eram uma espécie de ‘força poderosa’, exatamente porque eram leitura obrigatória de todos os dias”, explica.
Exemplificando, Neiva afirma que medir-se detalhadamente em frente ao espelho eram recomendações constantes do Correio da Manhã e que as páginas femininas funcionavam, assim, como conselheiras em domicílio, em que as leitoras eram convocadas a modelar seus corpos. “‘A beleza se constrói’, ‘Não se envelhece mais’, ‘É proibido ser gorda’ – eram enunciados recorrentes nesse longo período analisado no jornal, que apareciam ao lado de fotografias de misses e de manequins cada vez mais esguias à medida que as