Ivan Santos*
Após dois anos é tempo bastante para que os habitantes do Brasil tenham percebido que o comandante-em-chefe da República, Capitão Mito Bolsonaro, tem um estilo político personalizado. No entanto, ele é o mesmo deputado federal que durante 28 anos exerceu o mandato em Brasília. Nesse longo tempo o Capitão Mito não se interessou pelo mandato. Não apresentou projeto nem se preocupou com os problemas sociais do povo que o elegeu e reelegeu.
A verdade é que o Mito passou 28 anos criticando o que ele considerava como impunidade criminal e mudanças de costumes morais tradicionais, Depois passou a defender a liberação do porte de armas como forma eficiente de enfrentar bandidos armados. Foi aposentado no início da carreira militar por incompatibilidade com o regimento da organização. Durante a atuação como político, o Mito sempre se apresentou como ligado às Forças Armadas. Afinal, é Capitão Reformado do Exército e esta condição lhe foi favorável para conquistar votos.
Quem sabia quem era e como atuou o deputado Bolsonaro, nada esperava dele como presidente da República. Quem não o conhecia imaginou que ele seria um cavaleiro andante armado, com apoio das Forças Armadas para combater a criminalidade organizada e moralizar os procedimentos políticos no País. Afinal, foi elevado a Mito na campanha eleitoral. A facada no candidato, em plena campanha eleitoral, comoveu parte da nação e o Capitão virou vítima perseguida pela bandidagem.
O Mito foi eleito e empossado. Em pouco mais de dois anos o singular político conservador não mudou. Continua o mesmo deputado que enganou milhares de eleitores fluminenses por quase três décadas. Não adianta chorar pelo leite derramado. O Mito é o presidente do Brasil por decisão majoritária dos eleitores nacionais e vai se manter no posto até 31 de dezembro de 2022 ou até quando o povo quiser. Hoje não esperem nada do Governo da Nova Política. Mudar o presidente da Câmara e o do Senado nada muda. O Mito está no comando, manda e não escuta ninguém. Projeto de mudanças no Governo só se começar no Trono e o Mito só tem um como em mente: a própria reeleição em 2022. O povo, numa democracia, tem o governo que escolhe. Assim está escrito; assim é e será.
*Jornalista