Marília Alves Cunha*

As pessoas e instituições que se indispõem hoje com Bolsonaro, já o faziam desde o dia em que ele candidatou-se ao cargo de Presidente da República. Fato inegável, destacado por uma facada quase mortal, mostrando o grau desta indisposição. Evidentemente, ninguém provido de certo grau de raciocínio acreditou naquela historinha mal bolada de “lobo solitário”. O programa do candidato e o que propunha na campanha, se opunham aos interesses de um país viciado em corrupção, envolvido em tramoias que até Deus duvida. Bolsonaro ganha, o povo o elege de acordo com as letras da lei, mas encontra desde os primeiros dias de governo uma oposição raivosa, destituida de racionalidade e de atitudes acordes com os princípios democráticos. Até ministros do STF se puseram a queimar pestanas, na tentativa de encontrar maneiras de diminuir o poder do chefe do executivo. O Ministro Gilmar Mendes chegou a surpreender, dando ideias que feriam toda a ótica da CF, no que se refere aos poderes do presidente da república. Para ele, na ânsia de resolver o “problema”, tudo poderia ser efetivado mediante “intervenção mínima”, dispensando protocolos e ditames legais… Aliás, o ativismo político imperou no STF, cutucado por partidinhos políticos sem voz e sem força no cenário nacional. Coisa de envergonhar, se isto fosse possível, um Congresso que, ao invés de representar o povo, ajoelhou-se diante de inúmeros disparates.

E reparem só no time que, alvoroçadamente, “exige a saída de Bolsonaro do governo, de qualquer jeito”… Mas que medo da força deste presidente! Não aceitam as regras do jogo, não aceitam a transparência de uma democracia. Lulas e Zé Dirceus da vida, pessoas com fichas corridas brilhantes, condenados, investigados, alguns soltos por benemerência e interesses ocultos deveriam ter vergonha de tramar contra a pátria. Que exigência podem fazer estas criaturas? Deveriam ter vergonha de se dirigir ao povo brasileiro, os mesmos trapaceiros que erigiram a bandeira do poder a qualquer custo, mesmo contrariando a razão, a decência e o senso de humanidade. Muitos e muitos, movidos por interesses particulares, por desejos inconfessáveis se auto intitulam defensores da democracia e agem em direção contrária a ela, num desrespeito total á vontade do povo.

Qualquer pessoa, observado o que dispõe a CF, pode se candidatar á presidência da república. Em 2022 teremos eleições e a oportunidade de fazer a escolha, entre os candidatos que se apresentarem. Acho cedo demais para se falar em eleição, face a tantos problemas que estamos enfrentando. Principalmente uma pandemia, presente de grego que abala o mundo e inferniza nossas vidas, nos deixando sem saída. Mas, infelizmente, a corrida presidencial começou prematuramente. E aí está a grande oportunidade, a grande saída: aqueles que estão esbravejando contra o presidente, com narrativas estéreis que se transformam em piada no dia seguinte e que acham que podem fazer melhor, apresentem-se ao povo como candidatos. De peito aberto, sem dissimulação, sem máscaras. Desculpem, sem máscaras não! Você corre o risco de ser chamado de genocida… Os únicos que se acham no direito de fazer isto são políticos em campanha e políticos torcedores de futebol que enfrentam aglomerações para torcer pelo seu time de coração ou divertir-se nas praias… Vá as ruas, vá onde o povo está sem medo ou constrangimento, converse com o eleitor, envolva-se mais nos seus problemas, nas dificuldades sofridas num país desigual. Saia da bolha em que vive e onde reverberam elogios falsos e rodas de puxa-sacos, que só dizem o que interessa a você ouvir. Venha conhecer de fato, esta nação impregnada de problemas e farta de discursos ocos e atitudes hipócritas. Dispensem regalias e privilégios, cientes das dificuldades do momento e da necessidade do sacrifício de todos para manutenção da paz e do bem estar geral. Não é hora de exigências absurdas e de achar que alguns podem ser sacrificados até a morte, outros têm que manter seus infindáveis privilégios…

Por falar em privilégio, a OAB TENTOU , ATRAVÉS DE UM PEDIDO À JUSTIÇA, LIBERAR 700.000.000,00 (MILHÕES, GENTE!) DA LEI ROUANET. PUTZ! ME DESCULPEM OS ARTISTAS, A ARTE É IMPORTANTÍSSIMA. MAS NÃO PODE REQUERER DO GOVERNO, PRINCIPALMENTE EM MOMENTOS DE GRANDE DIFICULDADE, CERTAS REGALIAS QUE O POVO NUNCA VAI TER. BRILHEM NO PALCO, NAS TELAS DE TV E CINEMA, EM ESPAÇOS PÚBLICOS, NAS RUAS SE QUISEREM ASSIM, EM QUALQUER LUGAR, NUM ELOGIO A CRIATIVIDADE. MILTON NASCIMENTO, O GRANDE BITUCA, ENTOOU ESTA MARAVILHA: CANTAR ERA BUSCAR O CAMINHO QUE VAI DAR NO SOL/TENHO COMIGO AS LEMBRANÇAS DO QUE EU ERA/ PARA CANTAR NADA ERA LONGE, TUDO TÃO BOM/ ATÉ A ESTRADA DE TERRA NA BOLEIA DE CAMINHÃO/ ERA ASSIM…
NÃO DECEPCIONEM O PÚBLICO QUE LHES DEU TANTO, COM ATAQUES VERBAIS E HISTRIONISMO histérico e injustificado, que beiram ao cúmulo do desrespeito e da insensatez. Calma! Sempre haverá um amanhã melhor e mais acolhedor para todos os brasileiros e onde a arte possa sobreviver altaneira e prodigiosa, sem esta necessidade pungente de dinheiro público. Um “era uma vez” onde tudo não passará da histórias de um tempo triste e confuso, que estaremos contando ás futuras gerações. Assim espero!

*Educadora e escritora – Uberlândia – MG