Diógenes Pereira da Silva*

Quanta incoerência com base em ideologias. Ninguém merece.

Não é tarefa fácil aguentar os bolsonariatas radicais nas redes sociais. Quem discorda do governo é execrado, ameaçado e sofre por consolidar seu ponto de vista ou opinião diversa do governo.

Após décadas da redemocratização no Brasil, foram surgindo dezenas de ideologias, que indicam qual forma de governo, modelo econômico e valores morais etc. podem sustentar a melhor forma e prática política.

Na minha opinião, a melhor forma é governar para todos! Deixar as ideologias um pouco de lado e priorizar as demandas prementes da sociedade.

Cada um tem seu ponto de vista e seu próprio horizonte de conhecimento e discernimento, onde enfatiza as linhas de seus próprios argumentos, convincentes ou não. Trata-se da liberdade de expressão, consagrada na CF-88. Ninguém é obrigado a concordar, mas é preciso respeitar.

Concordo plenamente que o PT precisava sair do comando do Brasil. Por isso a escolha precipitada, inclusive a minha.

Entretanto, sou brasileiro nato, torço pelo meu país e digo que Bolsonaro não mais terá meu voto e, se eu puder, convencerei meus familiares que também não votem nele na próxima eleição.

Ciro Gomes, Fernando Addad, Doria e companhia, também não terão meu voto e farei oposição ferrenha contra eles. Agora, votar no Bolsonaro, simplesmente para alinhar-me à ideia absurda de que ele é o menos pior e não há opções, jamais.

Minha decepção começou quando o presidente deu sinais claros de que se apoiaria no Centrão, contradizendo sua promessa de campanha. Aliás, ele é mestre em falar que faz e depois nada acontece, ou faz muito pior. Lembra da reforma da previdência? As forças armadas tiveram benefícios sim, mas as polícias não. Depois, em plena pandemia, demonstrou ser irracional, ofendeu os mortos e abrandou a doença que tanto ceifou e continua tirando vidas, sabe-se lá até quando afligirá os brasileiros!

Posso torcer pelo meu país e para que o governo atual dê certo, mas de forma responsável e fazendo boas escolhas. Se hoje não temos boas opções para 2022, amanhã poderá ser diferente, tomara Deus.

O Brasil teve presidentes que não mereceriam ocupar o cargo, alguns foram péssimos gestores, corruptos e prejudicaram muito o país.
Contudo, diante de tudo o que o presidente vem fazendo, desde que assumiu a presidência da República, principalmente após o início da pandemia do novo coronavírus, notadamente vê-se o trágico desprezo pela vida… Isso é mortal!

Em momento algum ele demonstrou solidariedade às famílias enlutadas. Ele foi uma única vez ao hospital, assim mesmo, para visitar um simpatizante. Raramente emitiu uma nota apoiando os familiares que perderam seus entes queridos e ainda disse que todos irão morrer mesmo, em um momento em que o Comandante da nação deveria transmitir esperança. Se ele não tem papas na língua, como dizem alguns e comete outras tantas gafes, não é essa a questão, são vários outros fatos e constatações que o desqualificam para o cargo…

Ele pode vencer as eleições em 2022? Claro que pode! Caso ele consiga se manter no cargo até o final. Mas será péssimo para o país, pois o Brasil tem muitas prioridades, além de combater, de verdade, a corrupção e dar prosseguimento em obras inacabadas de governantes anteriores.

Precisamos, além de combater os males que assolam o Brasil, como, por exemplo, a corrupção, criar políticas públicas para educação, saúde, alavancar a economia com a ampliação verdadeira do livre comércio e não defender apenas grupos individuais ou que o apoiam.

*Tenente do QOR da PMMG.