Ivan Santos*

Um dos problemas sociais além da crise sanitária é o desemprego que, segundo o IBGE, já passa de 14 milhões de trabalhadores no Brasil. Este problema foi agravado pela recente crise de saúde causada pela epidemia do Coronavírus por trabalhadores informais que estão sem renda. Este contingente chega a 25 milhões que viviam da venda de frutas, balas e outros artigos nas ruas ou de casa em casa.
O governo prometeu, mas depois de dois anos no comando do governo ainda não começou a implantar no Brasil um modelo de economia liberal sem a tutela do Estado. No Brasil há muitas isenções de impostos, taxas e contribuições para vários setores da economia, principalmente as concedidas nos governos do PT, de Lula e Dilma. O governo liberal do Capitão Mito até agora não mexeu nas bondades oferecidas pelos governos passados ao mercado, principalmente à indústria automobilística. Hoje falta renda ao governo e sobram problemas para resolver.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem um programa em tela para resolver os problemas do desemprego, segundo ele. É a Carteira Verde-Amarela, um modelo de contratação de trabalhadores com menos encargos para as empresas e com benefícios para os trabalhadores.
Já lemos opiniões de vários analistas de mercado que disseram que só a Carteira Verde-Amarela não resolve problema de desemprego. Para que as empresas voltem a contratar trabalhadores é preciso que haja mercado consumidor e isto, depois da pandemia, só com reformas estruturais, principalmente uma tributária que diminua a carga tributária a ser paga pelos consumidores de bens econômicos e serviços.
O governo do Capitão está numa encruzilhada. Na segunda metade do mandato precisa apresentar reformas e dizer como pretende reativar a produção econômica e o consumo. Só especulação política entre o bem e o mal não resolve problemas sociais. O tempo de blá-blá-blá acabou. A partir de agora o governo precisa matar a cobra e mostrar o pau para uma plateia ansiosa e desnorteada.

*Jornalista