Ivan Santos*

Criticados por setores liberais por não ter se esforçado para aprovar reformas estruturais entre as quais a Administrativa e a Tributária, o Capitão Mito Bolsonaro não terá facilidade para fazer grandes mudanças até o fim do mandato dele em 2022. O governo da Nova Política entrará em 2021 sem orçamento anual aprovado. Em janeiro nada poderá fazer porque o Congresso está em recesso e os líderes empenhados numa campanha para eleger a Mesa Diretora da Câmara e a do Senado no dia 1º de fevereiro de 2021.
Se o chefe do Governo Conservador quiser aprovar alguma reforma terá que mover uma articulação política até abril e o tempo poderá ser estendido até junho se houver emprenho político da parte do Governo. Em julho haverá o recesso do meio do ano e, a partir do segundo semestre, o tema prioritário que vai rolar nos partidos com representação no Congresso será o da sucessão do Presidente da República.
Este cenário indica ao Capitão que o tempo ideal para promover reformas estruturais foi nos dois primeiros anos do mandato, mas o Chefe gastou os dias e os meses em discussões estéreis com “inimigos imaginários”. Tempo passado não volta. Então, se o Mito quiser fazer alguma reforma das que ele prometeu na campanha eleitoral, o tempo é escasso: algo em torno de seis meses.
Os liberais que ainda esperam que o Governo privatize empresas estatais, devem estar decepcionados com a declaração do Mito na Ceagesp, em São Paulo. Aquela empresa estava relacionada numa lista para ser privatizada, mas deverá continuar estatal, segundo declarou o Mito. Mais surpresa: O Mito anunciou que criou uma nova estatal para assumir parte dos serviços da Infraero, também estatal. O ano de 2021 promete grandes e surpreendentes emoções.

*Jornalista