Ivan Santos*

A Nova Política não foi produtiva nos dois primeiros anos do governo chefiado pelo Capitão Mito Bolsonaro. Na última etapa do primeiro biênio o comandante-em-chefe aproximou-se do fisiológico Centrão (grupo de partidos oportunistas que sobrevive à sombra do poder) e com ele começou a construir uma base frágil no Congresso, mas com capacidade para impedir um eventual pedido de impeachment. O Mito reinstalou com o Centrão a tão criticada política do “toma lá, dá cá”.
Depois que o STF decidiu que os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Mais e David Alcolumbre, respectivamente, não podem se candidatar à reeleição na mesma legislatura, o comandante vai tentar influir na eleição de, pelo menos, o presidente da Câmara para ter lá um aliado com quem possa tomar Tubaína quando o chamar para um convescote no Palácio do Planalto, no Alvorada ou na Granja do torto.
No processo político que resultará em reformulação da Nova Política, o Capitão Mito deverá promover no primeiro trimestre do ano que vem uma reforma ministerial com astros e estrelas do Centrão para que possa ter uma base robusta no Congresso que possa ajudá-lo a viabilizar seu projeto prioritário em 2022: a reeleição. Para que o Mito possa empossar aliados no comando das duas casas do Congresso ele precisa acenar com espaços no Governo a partidos que aceitem participar na Base de Apoio Liberal Conservadora. Para isto vai ser preciso mexer no Ministério como fizeram outros presidentes da Velha Política, no passado. O jogo já começou e as cartas já estão sendo embaralhadas.

*Jornalista