Ivan Santos*

O que o Governo do Capitão Bolso pratica hoje não é um programa de transferência de renda administrado pelo Governo para reduzir desigualdades sociais.

Com o avanço da Pandemia do Coronavírus no Brasil, o Governo preocupou-se com a situação financeira das pequenas e médias empresas e, para mantê-las vivas, decidiu dar algum poder de compra à massa desempregada e na informalidade. Em um país com uma crise de desemprego deixada pelo governo anterior e com a paralisação de muitas atividades produtivas por causa do isolamento social imposto pelas autoridades sanitárias para enfrentar a Pandemia, o Governo do Capitão decidiu criar um Auxílio Emergencial de R$ 600 por quatro meses e, agora de R$ 300 até dezembro. Este auxílio visou 12 milhões de desempregados e mais de 20 milhões que sobrevivem na informalidade. Com isto a dívida pública cresceu e está em, 80% do PIB ou mais de R$ 5,6 Trilhões. Esta dívida o povo vai pagar amanhã ou depois.
No Governo do presidente Fernando Henrique também houve uma transferência de dinheiro para os sem poder de compra.

Foi uma transferência emergencial de renda como agora.
Após a criação do Real, para conter a inflação, houve uma drástica política de austeridade orçamentaria. Muitos pobres ficaram sem emprego e sem renda. O Banco Mundial (BIRD), que apoiou o Plano Real, recomendou ao Governo que pagasse um auxílio emergencial aos sem renda para que eles tivessem alguma capacidade de consumir bens econômicos e assim girar a economia. FHC criou os programas Bolsa Escola e Vale Gás. O primeiro para que as famílias pobres pudessem manter os filhos na escola e o segundo, para comprar um botijão de gás por mês.

Quando assumiu a Presidência da República em 2003, o Programa Social do presidente Lula era “Fome Zero” (distribuição de alimentos para pobres). O Governo não conseguiu controlar a roubalheira de mercadorias no transporte e na distribuição de alimentos. Então Lula cancelou o “Fome Zero” e reuniu os programas Bolsa Escola e Vale Gás de FHC num só: o Bolsa Família. O programa, segundo o Banco Mundial, era temporário, mas Lula o transformou em ação política permanente. Dilma, Temer e Bolsonaro o mantiveram com o mesmo objetivo.

O Auxílio Emergencial atual, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai acabar em dezembro, mas o Capitão Mito quer criar um novo programa para turbinar e mudar a cara do Bolsa Família. O Capitão Mito teme perder popularidade sem o Auxílio. O maior temor dele é perder votos em 2022 para se reeleger Presidente. A Nova Política, a cada dia mais se parece com a Velha.

*Jornalista