Ivan Santos*

O Congresso Nacional sempre parou em anos de eleições municipais porque deputados e senadores seguem em direção às bases eleitorais para ajudarem seus futuros cabos eleitorais.
O ciclo das eleições municipais termina no próximo domingo, penúltimo dia antes de dezembro, último mês do ano. O Congresso terá poucos dias para aprovar uma lei que garanta equilíbrio das contas pública e da dívida interna que se aproximam de 80% do PIB (R$ 5,6 trilhões) e a Lei de Orçamento para 2021.
O chefe do Governo insiste em ficar fora de discussões com líderes dos partidos na Câmara e no Senado. O cenário no Congresso está silencioso por fora, mas em fogo vivo por dentro. Os parlamentares, até os do Centrão que apoia o Planalto, não confiam em acordos firmados com a liderança do Governo porque o chefe pode não confirmar os acertos. Por esta razão elem3entar, os parlamentares não aceitam negociar com o capataz da fazenda, mas só com o dono da boiada. E este não quer conversar com ninguém. Por isto os projetos do Trono estão parados no Congresso. Assim devem continuar até a corda arrebentar.
O Centrão não é fiel a ninguém. Um membro-símbolo do Centrão, o senador Jose Sarney, era o presidente do PDS, partido do Governo Militar. Quando percebeu que o Governo perdeu apoio popular, abandonou o PDS, inscreveu-se no PMDB (hoje MDB) e foi o candidato a vice de Tancredo Neves, da oposição, no Colégio Eleitoral. Esta traição está na história do Brasil.
Bolso que se cuide. Se a popularidade dele cair, o Centrão o abandonará e assumirá um projeto alternativo de poder com João Dória, Luciano Huck ou Sérgio Moro. O Centrão só é fiel a quem tiver caneta para assinar nomeações e liberar recursos do Tesouro da Vaca Barrosa.

*Jornalista