Ivan Santos*

Atenção, senhoras e senhores do Conselho da República do Brasil. Este assunto é sério: a inflação oficial está em 2,5% ao ano. Na vida real, a inflação dos alimentos passa de 18%. A inflação dos principais bens de consumo chega a 12%. Vários analistas do mercado financeiro nacional já coletaram dados, analisaram o cenário e muitos já comentam publicamente que há ameaça no espaço que poderá criar dificuldades para gregos, troianos e baianos se o governo não agir com energia e disposição.
São muitos os agentes econômicos que caminham hoje com as antenas ligadas para três questões preocupantes: a Pandemia do Coronavírus, a gestão e controle da Dívida Pública e o Déficit nas Contas Públicas. Desajustes nessas áreas podem dificultar o retorno do aumento da produção econômica em Pindorama. Se as contas continuarem desorganizadas a inflação crescerá e, para segurá-la, o Governo terá que aumentar a taxa básica de juros que hoje está em 2% ao ano.
O Mercado não cobrou uma política econômica clara por parte do Governo por causa das eleições municipais. Passadas as eleições no fim deste mês e empossados os eleitos no dia 1º de janeiro, o Governo precisa apresentar uma Reforma Administrativa para reduzir despesas a controlar as contas públicas e uma Reforma Tributária para desonerar a produção. Estas reformas são necessárias para reaquecer a produção econômica e enfrentar novos tempos.
A insegurança em relação às contas públicas pode acelerar a inflação e elevar os juros no mercado interno. Indecisão nessa área não animará os investidores. Se novos investimentos não haverá crescimento econômico e sem este também não haverá novos empregos. O Brasil não poderá continuar assim. Não há mais lugar para politicagem de politiqueiros da politiquice.

*Jornalista