Autor: Rafael Moia Filho*

Todo segredo é grave.
Todo segredo se torna sombrio.
Está na natureza dos segredos (Cory Doctorow).

A Usina Hidrelétrica de Furnas é uma obra brasileira localizada no Rio Grande, entre os municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória, no Estado de Minas Gerais. Possui oito unidades geradoras com um total instalado de 1.216 megawatts. Teve a sua construção, iniciada em 1958, com a formação da represa ocorrida em 1961 e a inauguração oficial somente em 1965.
Após a sua inauguração foram contratadas empreiteiras para fazerem os serviços de manutenção, limpeza e segurança entre outros. Algumas dessas empresas eram de São Paulo.
A Lista de Furnas é o nome atribuído a um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro ocorrido nos anos 2000 e que envolve a empresa estatal Furnas Centrais Elétricas, com sede na cidade do Rio de Janeiro. O dinheiro das propinas servia para abastecer a campanha de políticos em sua maioria do Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB e Partido da Frente Liberal – PFL nas eleições de 2002.
O escândalo foi originalmente divulgado pela revista Carta Capital em 2006, denunciando políticos, magistrados e empresários de receberem dinheiro ilegal através do então diretor da empresa Furnas Centrais Elétricas, Dimas Toledo (Indicado por Aécio Neves) e do publicitário Marcos Valério.
Entre os nomes que constam na lista estão o do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, dos políticos: José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Delcídio Amaral, Roberto Jefferson, Jair Bolsonaro, Maria Gross Schloss dentre muitos outros — com aproximadamente 150 envolvidos.
A partir dessas informações, a revista Carta Capital levantou suspeição contra o ministro do STF Gilmar Mendes por participar do julgamento do Mensalão. Apesar de apuração política feita em 2006 na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso, sob direção de Osmar Serraglio, ter declarado que a lista era falsa, porém, um laudo da Polícia Federal atestava sua autenticidade.
Reza a lenda que a irmã de Aécio Neves vinha mensalmente a Bauru, descia do avião, buscava numa empreiteira uma mala e retornava rapidamente a Belo Horizonte. O dono da empreiteira já faleceu, porém, nem a irmã nem o irmão nem ninguém da Lista de Furnas estão presos, ou foram julgados.
Mencionado 14 vezes na delação de Delcídio Amaral, o deputado federal Aécio Neves – PSDB-MG estaria envolvido na Lava Jato e num esquema peculiar. Ex-governador de Minas Gerais, ele teria recebido propina de Furnas, subsidiária da Eletrobras, e indicou o nome de Dimas Toledo para presidência da empresa.
Delcídio descreve o propinoduto como semelhante ao do Petrolão. Fernando Moura, lobista ligado ao ex-ministro José Dirceu, descreveu o pagamento de dinheiro como “um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio”.
O crime em Furnas foi documentado em uma lista, denunciada como falsa pela revista Veja, de 2002. O documento é uma organização de caixa dois, dinheiro não contabilizado, para campanhas políticas do PSDB.
As candidaturas de José Serra para presidência, de Geraldo Alckmin para o governo do estado de São Paulo, além de Aécio Neves no governo de Minas, constam na denúncia. A Lista de Furnas foi levada até a Polícia Federal por Nilton Monteiro, operador do esquema de corrupção que foi perseguido em Minas Gerais.
Percebam que o nome da Operação Lava Jato aparece, porém, o “herói” Sérgio Moro não investigou ninguém do PSDB, o que leva a certeza de que seus julgamentos eram premeditados e tinham três objetivos a saber:
1º – Tirar Lula da eleição de 2018;
2º – Favorecer a candidatura de Bolsonaro a presidência;
3º – Conseguir a sonhada vaga para indicado a ministro do STF.
Desde 2002 se passaram 18 anos sem que Aécio Neves, um dos maiores envolvidos tenha sido julgado pela justiça brasileira. Neste período conseguiu até ser candidato a presidência em 2014 e até hoje está na Câmara usufruindo do Foro Privilegiado e da sua imunidade permanente perante a justiça.

*Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.