Ivan Santos*

O Capitão Mito Jair Messias Bolsonaro, que se elegeu com grande votação (mais de 57 mil votos) para presidente da República do Brasil por um pequeno partido (PSL), cometeu vários erros políticos estratégicos. O primeiro foi abandonar a legenda e não se esforçar para criar um partido (Aliança pelo Brasil) para expressar e solidificar o liberalismo econômico conservador e a moralização da política que ele prometeu na campanha eleitoral. O Mito ficou no limbo sem identidade partidária e sem projeto definido.
Antes das eleições municipais deste ano o Mito anunciou que, como presidente da República, não apoiaria nenhum candidato. Não cumpriu a promessa. Começou por apoiar alguns candidatos a prefeito nas grandes cidades, entre elas São Paulo e Rio de Janeiro. Depois, inexplicavelmente, o Mito decidiu apoiar alguns candidatos a vereador. A maioria dos apoiados pelo comandante-em-chefe não foram bem sucedidos no primeiro turno. Para analistas da oposição ao Governo foi uma derrota do Comandante. Derrota desnecessária.
Sem um partido, o chefe da Nova Política corre o risco de ficar sem Base Eleitoral expressiva para candidatar-se à reeleição em 2022 e poderá ser obrigado a se sujeitar à uma legenda oportunista para registrar a candidatura. Essa situação preocupa a muitos bolsonaristas. Sem perder tempo com tertúlias ou polêmicas com esquerdistas e “comunistas”, o ex-líder do Governo na Câmara, major Victor Hugo (PSL-SP) começou na última segunda-feira a organizar mutirões nas principais cidades brasileiras a fim de coletar assinaturas para criar o Aliança pelo Brasil, um partido que abrigue o Capitão Mito. Se esse partido for criado ninguém tem certeza que o Mito nele permanecerá por muito tempo. Esta é a magna questão.

*Jornalista