Ana Maria Coelho Carvalho*

Incrível, mas certa vez fui parar no Havaí. Dezesseis horas de voo até a Califórnia e mais cinco sobrevoando o oceano Pacífico. Estava acompanhando a minha filha, o marido e os dois filhos (ela foi participar de um congresso internacional de ortodontia). Eu passeava e cuidava dos netinhos, na época com um e três anos de idade.

Aprendi e vi muita coisa interessante. Por exemplo, o Havaí é um conjunto de oito ilhas. A maior se chama Hawai’i Big Island e juntamente com Mauai, Kaua’í e O’ahu, são as ilhas mais visitadas pelos turistas. Nessa última encontra-se a capital, Honolulu, com cerca de 340 mil habitantes, prédios enormes, hotéis deslumbrantes e nomes de ruas esquisitos, na língua nativa, como Kanekapolei, Aina Haina e Namahana. Ficamos hospedados na famosa praia de Waikiki, frequentada por surfistas do mundo inteiro, que adoram suas ondas de tamanho ideal e que se quebram de forma perfeita. Nessa ilha também está a base naval de Pearl Harbor e a praia onde ocorrem as maiores ondas do mundo. Como beleza natural, um mar muito azul, morno (pensei que o Pacífico era frio) e límpido, onde as pessoas fazem snorkel e observam peixes coloridos em águas rasas. Montanhas imponentes que parecem desembocar de forma abrupta na beira do mar. Vulcões em atividade, chuva fininha e arco-íris diários. Como atrações turísticas, tem de tudo: lições de surfe e de mergulho; caminhadas em trilhas com cachoeiras e cavernas; passeios a cavalo, em helicóptero, submarino, caiaque, em barcos para observar baleias, em trens pra ver plantações de abacaxi. Shows de hula-hula com havaianas requebrando, luau com muito fogo e dança, exibições das mil maneiras de se vestir um sarongue, demonstrações da cultura do povo da Polinésia no Centro Cultural. Tem até mergulho em gaiola para ver tubarão. Não cheguei a tanto, mas o passeio de submarino eu fiz (ganhei de presente do genro, que ganhou de brinde). O submarino ficava submerso durante uma hora, com 68 passageiros observando o fundo do mar por meio de enormes janelas transparentes. Deslizava por entre recifes de corais localizados em navios e aviões afundados e que serviam de abrigo para centenas de peixes coloridos, arraias e tartarugas gigantes. Achei emocionante, mas meu netinho e companheiro de aventura ficou decepcionado porque não viu tubarão.

Além disso, havia pérolas por toda parte e de todas as cores, bolachas deliciosas, café saboroso, muitos colares de flores artificiais e multidões de japoneses (o Japão está a 7 h de voo de Honolulu). Japonesas elegantes, sofisticadas e comprando de tudo em lojas de grife, que aceitam o iene e os vendedores falam mandarim (português, nem sabem que existe, muitos perguntavam que língua era aquela que falávamos).

Depois de Honolulu, fomos para Kaua’i, a quase uma hora de voo. Uma ilha linda, de um verde exuberante, muitas montanhas e cachoeiras e onde chove todo dia, dizem que é o lugar mais úmido do planeta. Lá foi filmado o Parque dos Dinossauros, e a cena de abertura é a magnífica cachoeira Jurassic Falls, que só pode ser vista de helicóptero.

Enfim, cada viagem é um aprendizado. Lembro-me do entusiasmo de minha mãe, quando foi a Salvador, em um ônibus de excursão. Levou dois dias para chegar e ficou exausta. Quando alguém perguntou se era a primeira vez que ia lá, respondeu secamente: -“Primeira e última”. Assim digo eu, a viagem ao Havaí foi ótima, mas foi a primeira e última, longe demais. Agora prefiro curtir as lindas praias do Brasil.

Bióloga – Uberlândia – MG – anacoelhocarvalho@terra.com.br