Ivan Santos*

O mundo inteiro está com a atenção centrada na eleição presidencial nos Estados Unidos. Como ocorre há muitos anos, o voto popular não elege o presidente lá. Os votos do povo americano servem para escolher os 538 delegados eleitorais que, na realidade, elegem o presidente. Em todos os Estados norte-americanos, com exceção de dois, o candidato que conquistar o maior número de votos populares ganhará todos os delegados eleitorais para a eleição decisiva. Na eleição passada, a candidata democrata, Hillary Clinton, democrata, recebeu mais de 1 milhão de votos populares do que Donald Trump, republicano, mas este ganhou a eleição poque conquistou mais delegados eleitorais nos Estados-chaves. É uma eleição muito complicada para nós brasileiros que nos acostumamos com a votação direta.
As últimas pesquisas de intenções de votos têm revelado que o candidato democrata, Joe Bilden tem melhor avaliação popular do que Donald Trump, mas isto não quer dizer nada. Trump tem uma linguagem popular complicada e uma postura conservadora bem à direita como gostam os eleitores da zona rural e os tradicionais sociais dos Estados Unidos. Os americanos estão divididos e ainda está viva a tradição de dar ao presidente da República dois mandatos. A postura de Trump no confronto contra a China é do agrado dos conservadores. A postura mais à esquerda de Joe Biden atemoriza muitos norte-americanos.
No Brasil, podemos dizer que, mais uma vez o Capitão Bolsonaro se meteu numa aventura ao apoiar publicamente a reeleição de Donald Trump. O Brasil, segundo alguns observadores qualificados, nada ganha com apoio a um candidato a presidente num país importante como os Estados Unidos que hoje é a maior potência econômica e militar do mundo. Se o vencedor da eleição for Joe Bilden, o presidente do Brasil não será visto na Casa Branca como aliado confiável. Se o vencedor for Donald Trump, também o Brasil nada ganhará porque ele já disse que “a América será sempre em Primeiro Lugar”. Depois o resto, inclusive o Brasil.

*Jornalista