Ivan Santos*

Neste nosso País, gigante pela própria natureza, há alguns fatos difíceis de entender. Quando o então deputado Jair Messias Bolsonaro pediu votos aos brasileiros para ser o presidente da República, ele prometeu fazer uma reforma liberal e progressista para modernizar a administração pública. Também prometeu empreender rápida e moderna produção econômica com base na iniciativa privada. O primeiro passo do novo governo seria privatizar empresas estatais, principalmente as arcaicas improdutivas. Mais de 57 milhões de brasileiros e brasileiras aprovaram a proposta do candidato e o elegeram Presidente.
Passados quase dois anos de Bolsonaro no Governo a proposta de privatizar empresas estatais arcaicas está empacada e o homem contratado para promover a desestatização foi embora, decepcionado coma burocracia que não conseguiu enfrentar.
No rol de empresas estatais destaca-se uma que muitos brasileiros não a conhecem e quem sabe que ela existe não sabe para que serve. Trata-se da EPL – Empresa de Planejamento e Logística. Esta empresa estatal foi criada no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff para projetar, construir e administrar um Tem Bala que deveria percorrer um caminho de ferro de Campinas, em São Paulo até o Rio de Janeiro, em menos de duas horas. Um projeto fantástico. O Trem Bala foi um projeto para ajudar a reeleger Dilma e não passou de Sonho de Noite de Inverno. O Trem Bala não vingou, mas a empresa EPL sim. Está viva até hoje sem nada produzir. Com mais de 140 funcionários, técnicos e de planejamento de alto nível, custa milhões por ano aos cofres públicos. Produz nada. Nem o governo reformador de Jair Bolsonaro acabou com a EPL. Por quê? Ninguém sabe. Para que serve hoje a EPL? Ninguém sabe. O que faz a EPL? Também ninguém sabe. Só se sabe que a empresa foi criada “para elaborar estudos sobre o projeto do Trem de Alta-Velocidade de Campinas ao Rio de Janeiro”. Até hoje a EPL está projetando um Trem Bala imaginário. Até quando? Acho que nem Bolsonaro sabe. Nem quis saber até ontem.

*Jornalista