Ivan Santos*

Por várias vezes comentamos em escritos diários que reforma da Previdência que corte direitos conquistados por cidadãos do Estado Nacional em tempo de vacas gordas, dificilmente será aprovada em ano-véspera de eleições. O presidente Michel Temer que comandou a Câmara Federal e foi parlamentar ativo, também sabe, mas defendeu e ainda defende essa reforma para reajustar as contas públicas. Com a aproximação do ano das eleições e do desgaste sofrido e contar com apoio na Câmara para anular duas denúncias movidas contra ele pelo Ministério Público, hoje o presidente já admite publicamente que não tem apoio suficiente no Congresso para aprovar a reforma da Previdência que queria. Agora, Michel Temer defende a “Reforma Possível”. Uma reforma que fixe, pelo menos, nova idade para aposentadoria. Pior seria não aprovar reforma nenhuma da Previdência neste ano, situação que deixará investidores inseguros e temerosos pela volta da espiral inflacionária. Os próximos dias e as próximas horas serão de grande tensão no planalto central, principalmente no centro de decisões do poder em Brasília. Os líderes dos partidos oportunistas da Base do Governo, principalmente os do Centrão, sem disfarce nem pudor exigem contrapartidas em cargos e bondades para votar a favor das reformas pretendidas pelo Governo. É a velha política “toma lá, dá cá” na forma mais escrachada. O presidente Temer sente que será necessário fazer uma reforma ministerial antecipada para acomodar aliados e tentar aprovar até na primeira quinzena de dezembro, a reforma da Previdência, mesmo que desfigurada e um arremedo de Reforma Tributária para tentar levar o Governo até dezembro de 2018 sem maiores atropelos. As reformas serão necessárias, segundo vários especialistas, para reduzir mais os juros e impedir o reaquecimento da inflação. É tarefa para super-homem.

*Jornalista