Comunicação do Estado de Minas
Projeto desenvolvido por escola municipal, com apoio da Secretaria de Estado de Fazenda, ensina a dezenas de jovens sobre o bom uso e preservação dos recursos públicos.
Iniciativa conquistou prêmio nacional
Iago Saraiva, de 13 anos, já sabe que é um cidadão. Apesar da pouca idade, ele tem consciência de que os impostos que seus pais pagam servem para melhorar ruas, reformar escolas e garantir o atendimento nos postos de saúde. Conhecimentos que ele adquiriu em sala de aula. “Foi muito importante aprender isso porque vou levar para minha vida toda e passar para meus filhos e netos”, diz (Ouça aqui o depoimento do Iago).
O adolescente é um dos 440 alunos da Escola Municipal Rosália Andrade da Glória, localizada em Congonhas, Território Vertentes. Foi nas aulas sobre Educação Fiscal que Iago aprendeu o que é cidadania. O tema ainda é pouco trabalhado nas instituições de ensino, mas tem ajudado a mudar a história de muitos jovens do município.
A iniciativa partiu da professora e pedagoga, Célia Aparecida Gabriel, ao concluir o curso de Disseminador de Educação Fiscal promovido pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) e sua Escola de Administração Fazendária (Esaf), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SEE).
Para colocar em prática os conhecimentos adquiridos, Célia criou o projeto Gentileza Gera Gentileza e Cidadania. “A ideia era implantá-lo no bairro, até que surgiu a oportunidade de aplicá-lo em sala de aula. Como os atos de vandalismo e de depredação eram comuns na escola, percebi que era preciso conscientizar os alunos de que tudo que é público pertence a todos”, explica (Ouça aqui o depoimento da Célia).
Para isso, a professora lançou mão de vídeos, jogos, murais, palestras, fotografias, entre outros recursos. Mas uma das atividades mais importantes foi a observação da própria escola.
“Pedi que eles olhassem o ambiente onde eles estavam e perguntei se eles sabiam quem tinha financiado a construção da escola e quem era responsável pelo meu pagamento. Eles não souberam responder”, diz.
Da escola para a vida
Os alunos também realizaram visitas a vários estabelecimentos da cidade e aprenderam a importância de exigir a nota fiscal. A estudante, Alice Giovana Araújo, de 14 anos, afirma que aprendeu a lição.
“O cupom é uma garantia em caso de troca e a empresa é obrigada a pagar o imposto para o Governo. É esse dinheiro que retorna para nós em forma de melhorias na cidade”, afirma.
As gêmeas Isabela e Isamara Moreira, de 14 anos, fizeram questão de compartilhar o aprendizado com a família. “Nossa mãe não tinha o hábito de pedir o cupom fiscal. Um dia, ela comprou um produto com defeito e não conseguiu trocar. Explicamos que, por isso, é importante exigir a nota e, hoje, ela não se esquece mais”, conta Isamara (Ouça aqui o depoimento de Isamara).
O desperdício também deixou de ser uma prática comum entre os estudantes. Folhas que eram utilizadas para fazer aviõezinhos passaram a ser reaproveitadas. “Aprendi que, com o dinheiro que usaria para comprar outro caderno, posso fazer outras coisas, como ajudar meus pais, por exemplo”, afirma a estudante Laura Vitória Ferreira, 13.