Ivan Santos*

Repeti várias vezes nos meus escritos que Lula e o PT nunca defenderam um programa de ação para beneficiar o povão do Brasil, principalmente os pobres. Cada vivente deste país sempre foi visto pelo Time Vermelho que comanda o PT e o lulopetismo, como eleitor que pode votar e garantir poder ao eleito. Depois da expulsão da Mãe do PAC do Palácio do Planalto, os estrategistas políticos e os líderes do PT sentem a falta do poder para mandar e desmandar no País. Hoje, importantes mandatários do Partidão Vermelho defendem publicamente um afastamento estratégico dos partidos que votaram pela saída de Dilma Rousseff da Presidência da República. Afastamento dos partidos, sim; dos filiados dos “partidos inimigos”, não. Para eleger Lula Presidente em outubro próximo, os petistas estão abertos para receber apoio até do diabo. Depois de acusar os “inimigos do povo” de golpistas, os líderes do PT fizeram uma autocrítica estratégica e hoje não escondem que, para disputar as próximas eleições, podem receber apoio de direitistas rançosos, ainda abrigados no DEM, PSDB, PP, e outros partidos “reacionários da extrema direita”. O objetivo é voltar ao poder “sem medo de ser feliz”. Em São Paulo, o Comando Vermelho trabalha para convencer o ex-senador e atual vereador de São Paulo, Eduardo Suplicy, a se candidatar a deputado federal. A intenção é aproveitar a popularidade que ainda tem Suplicy para fortalecer a Bancada Vermelha na Câmara Federal. Se Lula for impedido de se candidatar a presidente, os lulopetistas tencionam lançar o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad para tirar o Partidão do buraco no qual foi jogado na última eleição municipal. Outro nome que o PT tem na pauta para disputar a Presidência da República é o do governador de Minas, Fernando Pimentel. Este tem dito nos bastidores que, como líder nas pesquisas para continuar a governar Minas, dificilmente abandonará o projeto da reeleição. Hoje a jogada do PT é recuperar o eleitor que deixou de votar na legenda, mas abandonou o lulopetismo. O PT conta com apoio do PMDB na próxima disputa eleitoral e comemora um fato que não é segredo: o PMDB procura apoio do PT para eleger governador em oito Estados. É preciso entender a antiga aliança do PT com o PMDB. Estes dois partidos hoje, são vistos no universo político como farinha do mesmo saco ou vinho da mesma pipa. Sobre essa união, o presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, no começo desta semana, disse alto e bom som: “Não há nenhum tipo de proibição para coligações”. O objetivo do PMDB, partido de Michel Temer é contar uma grande bancada na Câmara para negociar com qualquer governo eleito e empossado. O PMDB visa, acima de tudo, conquistar o poder. E o PT espera conquistar o direito de mandar e desmandar mesmo se for aliado ao Tinhoso. A política tem razões que a própria razão desconhece.

*Jornalista