Eliana França Leme*

Agora já é possível ter claro que se o Brasil foi prejudicado em bilhões nestes longos últimos meses, este prejuízo não veio do custo de governança do governo Temer, acusado à exaustão de ter comprado parlamentares com emendas e cargos para salvar-se das duas denúncias que lhe foram imputadas pelo procurador Janot. Na verdade, este enorme prejuízo se deu porque as flechadas do Sr. Procurador impediram que a Reforma da Previdência evoluísse no Congresso e fosse aprovada, estancando assim um deficit monstruoso que vem inviabilizando o desenvolvimento econômico do país. A Previdência continua a ser a causa principal do buraco nas contas públicas, embora a esquerda, em seu estilo peçonhento, venha a fazer acreditar aos incautos que este deficit não existe, como se fosse possível transformar desejo em realidade. E é assim, de flechada em flechada, que os procuradores de modo geral, acreditando-se em missão divina, acabam desequilibrando o nosso já frágil sistema democrático, tentando impor medidas que transcendem em muito, suas funções institucionais, que é a de zelar para que a Justiça se cumpra. Isso, por si, já seria uma grande e louvável tarefa. Mas, infelizmente, muitos vêm considerando natural expor opiniões políticas e atuarem em função delas, o que configura um viés autoritário. Para ilustrar tal postura, basta dizer que as 10 medidas contra a corrupção agora se transformaram em 100! Aos senhores procuradores, bom seria se entendessem que melhor serviço ao país prestarão, se observarem que a Democracia depende do esforço conjunto pelo equilíbrio entre as instituições, sem o desejo de transpô-las, o que significa, em palavras simples, ‘cada macaco no seu galho’.

*Psicóloga