II Semana de Atenção à Doença Falciforme tem início com foco na capacitação profissional
Aberta nesta quarta-feira (25), iniciativa prevê uma série de atividades para profissionais de diversas áreas

Foto: PJ Godoy

A cada 1.400 moradores de Minas Gerais, um apresenta a doença falciforme. Em todo o Brasil, a média chega a um para cada mil habitantes, segundo o Ministério de Saúde. Números que retratam a alta incidência de uma das enfermidades mais comuns, mas pouco debatida entre os brasileiros. Pensando nisso, a Secretaria Municipal de Saúde deu início, na manhã desta quarta-feira (25), à II Semana Municipal de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme.

Promovida com o apoio do Ministério da Saúde, a iniciativa prevê uma série de atividades no Center Convention com o objetivo de debater e capacitar ainda mais os profissionais da saúde, educação, assistência social e a comunidade em geral. As ações foram abertas com uma apresentação dos alunos da Escola Municipal Cidade da Música, e se estendem até quinta-feira (26), como adianta a coordenadora da Rede de Atenção Integral às Pessoas com a Doença Falciforme, Mara Ramos de Oliveira.

“Ao todo, serão sete capacitações entre hoje e amanhã, das 8h às 17h, voltadas para vários públicos, tanto do nível médio quanto superior. São palestras sobre a urgência e emergência, saúde bucal, saúde da mulher, da criança, para pediatria, assistentes sociais e o público geral. São atividades fundamentais para melhorar o atendimento ao doente falciforme e diminuir a mortalidade. Quanto mais agilizarmos e reforçarmos o tratamento, mais chances de controlar a situação”, afirmou.

Sobre a doença

Originada na África, a doença falciforme se caracteriza por uma patologia sanguínea genética que afeta a hemoglobina, proteína que transporta o oxigênio para o sistema circulatório. Os principais sintomas são febre alta, tosse, desânimo, cansaço, inchaço e vermelhidão dos pés e das mãos, além de falta de apetite, aumento do baço, olhos amarelados e urina escura. O tratamento envolve o acompanhamento das crises, atenção aos sintomas e autocuidado em casa, e pode ser feito a partir de um exame rápido e simples.

Teste do pezinho

De acordo com a coordenadora Mara Ramos de Oliveira, a melhor forma de diagnosticar a doença é por meio do teste do pezinho, oferecido gratuitamente em todas as UAIs (Unidades de Atendimento Integrado) de Uberlândia e também nas UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) do setor sul.

“A partir desse exame, detectamos a doença nos primeiros dias de vida, quando o bebê já pode começar o tratamento. Caso o paciente não tenha a doença, mas apresente o traço falciforme, também conseguimos descobrir para dar sequência ao atendimento”, ressaltou.

Traço falciforme
Caso um recém-nascido receba de um dos pais o gene para hemoglobina S e outro gene para hemoglobina A, ele não apresentará a doença, mas sim o traço falciforme (AS). Diante disso, o paciente não precisará do tratamento, uma vez que a enfermidade não irá se desenvolver. Ainda assim, se por ventura, essa mesma pessoa tenha filhos futuramente com outra que também herdou o traço, existe a possibilidade de o casal ter uma criança com a doença falciforme (SS).