Ivan Santos*

Reunidos há poucos dias em Uberlândia, o prefeito Odelmo Leão e o reitor da Universidade Federal (UFU), Valder Steffen Júnior, responsáveis pelos dois principais hospitais públicos da cidade, informaram que com a falta de leitos e de outros recursos não há, neste momento, condição nesta cidade, para suportar o aumento de demanda após a implantação do SAMU regional. Recentemente o prefeito de Monte Alegre de Minas, Último Bitencourt, um dos interessados no SAMU Regional, disse que “o serviço vai começar a operar em novembro, com ou sem a adesão de Uberlândia”. Ontem, o prefeito Odelmo Leão divulgou a seguinte nota no Whatzapp, sobre o assunto: “Queremos uma solução para viabilizar a implantação do SAMU em Uberlândia e na região. O que não podemos é assumir um compromisso que não vamos dar conta de cumprir”. Segundo Odelmo, “o Governo do Estado não oferece estrutura alguma para o funcionamento do SAMU. O que eu propus aos prefeitos desta região, à diretoria do Hospital de Clínicas da UFU e ao deputado estadual Leonídio Bouças (da Base que apoia o Governo na Assembleia Legislativa) foi que nos unamos para que o Governo de Minas cumpra a parte dele viabilizando a infraestrutura de atendimento que nós precisamos para implantar o SAMU Regional”. E disse mais Odelmo Leão: “Minha proposta é para que o governador Pimentel desaproprie o Hospital Santa Catarina que está fechado e o reabra para o colocar à disposição do SAMU. Naquele hospital há 14 leitos de UTI fechados” e capacidade para aumentar o atendimento à demanda em Uberlândia. E prosseguiu Odelmo: “Queremos também que o Governo do Estado estruture os equipamentos hospitalares nas cidades da região”. Esta observação é séria. Com os meios de atendimentos médico-hospitalares existentes hoje na região, o desfecho com o SAMU em ação poderá ser a superlotação dos serviços públicos de saúde em Uberlândia. O SAMU Regional foi anunciado em 2015 com previsão de uma despesa de R$ 10 milhões para começar a operar. Pelo menos 500 pessoas foram aprovadas em concurso e esperam por contratação. Hoje, na véspera de uma eleição, o SAMU regional transformou-se em promessa política por parte de pré-candidatos que volitam na órbita do Governo do Estado. O prefeito de Uberlândia e o reitor da UFU, que conhecem a verdadeira capacidade de Uberlândia para oferecer serviços de saúde pública, afirmam que não há neste momento condições materiais e humanas nesta cidade para ampliar atendimentos médico-hospitalares sem apoio da União e do Estado de Minas. Não se faz ampliação de atendimentos em saúde pública somente com a distribuição de ambulâncias para transportar doentes. Esta observação é do prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão.

*Jornalista