É verdade que a nossa sociedade está farta com os desmandos da nossa classe politica. Porém, não se justifica que parte dos brasileiros, como que uma medida salvadora pede a volta dos militares ao poder desta República. E o editorial do Estadão (05/10/17) com título “O altar da salvação nacional”, trata muito bem deste momento turbulento politico que vivemos, fomentado mais pela falta de ética e moral de boa parte da nossa classe politica! Porém, longe do que muitos equivocadamente querem deixar transparecer, o País não vive uma crise institucional. E não justifica como válvula de escape, diga-se, perigoso, a busca de um salvador da Pátria. É uma maluquice! Assim como também se propaga em discussão histérica e infundada de que existe a judicialização da política! Propósito este talvez só para atingir a imagem do Supremo! O que existe na realidade, é uma falta latente de competência na arte de legislar por parte dos nossos congressistas… Ora, se esta dita judicialização existe, ela é provocada pela própria classe politica, que por qualquer questão até banal e mal resolvida no Congresso, recorrem ao STF na busca de uma solução. Prática esta utilizada principalmente por membros de partidos nanicos, ou inexpressíveis, e dos grandes o decadente PT, só para tumultuar o ambiente politico e ganhar visibilidade na mídia… Ou, de tumultuar o ambiente institucional, (que não vão conseguir), em função das já avançadas investigações da Lava Jato, em que dezenas de membros do nosso Parlamento, supostamente envolvidos em atos de corrupção, que podem nos próximos meses serem condenados e ficarem até inelegíveis para o pleito de 2018. E o jornal O Estado de São Paulo, num fato raro jornalístico, nos brinda nesta mesma edição de 05/10/17, com dois artigos publicados também enfocando estas mesmas e importantes questões. Como a do desembargador Luiz Sérgio Fernandes de Souza, com título “O judiciário e o discurso do golpe”, e outro do General da Reserva, Luiz Eduardo Rocha Paiva, com o título “Intervenção, legalidade, legitimidade e estabilidade”. O desembargador chama atenção, entre outros aspectos relevantes, sobre o impasse da atual cena politico-institucional. E da necessidade da renovação política, diante do grave quadro de deterioração da vida partidária no País. E o General da Reserva, Luiz Eduardo, que diz “Ação militar se justifica se a crise politica, econômica, social e moral chegar a extremos”. O que não é o quadro atual… E critica a morosidade da nossa justiça, e do excrescente foro privilegiado, que sem esta precariedade, hoje o “País já teria avançado e muito mais em sua higienização política”! Ou seja, dois artigos e um editorial para ficar gloriosamente nos anais da nossa imprensa!
Jornalista – paulopanossian@hotmail.com