Ivan Santos*

Aconteceu ontem no começo da noite, no Rio de Janeiro, um espetáculo surrealista digno da mais escrachada ópera bufa. O astro petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inflado pela pesquisa do Datafolha que o apontou como líder nas atuais intenções de votos para presidente da República se as eleições fossem hoje, desembarcou na cidade acompanhado da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffamann e de várias crianças inocentes, para participar de uma manifestação popular “em defesa da soberania nacional”. Melhor, em defesa da Eletrobrás, da Petrobrás e de todas as empresas estatais espoliadas pela “cumpanheirada” lulopetista durante 14 anos de governo vermelho. Lula foi ao Rio dizer que é contra a privatização de todas as empresas estatais para que elas continuem a ser administradas e exploradas pela “cumpanheirada” caso ele possa se candidatar a presidente em 2018 e ganhe a eleição. O espetáculo foi proporcionado por centenas de pessoas, ativistas de movimentos sociais, no Terreiro do Samba localizado no centro do Rio. Lula foi recebido como herói e foi ovacionado quando prometeu que se voltar à Presidência da República não vai permitir nenhuma privatização de empresas estatais para que elas sejam “administradas sabiamente” por representantes do povo indicados pelo Partido dos Trabalhadores e não por pessoas escolhidas por um governo de banqueiros e de ricos empresários que só pensam em enriquecer mais e mais sem ter dó do povo que trabalha, sofre e só recebe migalhas. O povão presente ao espetáculo aplaudiu o herói. A pérola da noite foi produzida pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, que em tom de comício disse: “No seu governo, presidente Lula, o Brasil pôde sentir um olhar diferenciado para a maioria do povo, para os mais pobres. Hoje o governo de Temer representa os ricos. O povo pobre virou estatística. Precisamos voltar a ter um governo que olhe pelas pessoas (pobres, carentes e necessitadas)”. Com arrogância máxima, num discurso para a “plebe ignara”, Lula falou de si mesmo e disse: “Todo dia eles me prendem, todo dia inventam um crime que eu não cometi. A surpresa deles foi pegar a pesquisa no sábado: Eu tinha 35% (mais da metade do segundo colocado – Bolsonaro) e eles sabem que eu poderia ter 40%. E aí eles não se conformam”. A massa, que aparentemente ignora as acusações de improbidade que pesam contra o ex-presidente, o aplaudiu freneticamente sem se importar com o fato de ele ter sido condenado em primeira instância a mais de 9 anos de cadeia. Mesmo diante de tanta desinformação, o Brasil ainda continua lindo e Lula pousa de virtual candidato a presidente da República, sem medo de ser feliz. Que Deus tenha piedade do Brasil.

*Jornalista