Ivan Santos*

O jornal “Folha de São Paulo” divulgou ontem uma pesquisa do Instituto Datafolha, segundo a qual, o ex-presidente Lula lidera sobre todos os pré-candidatos que apareceram até agora para presidente da República e, se a eleição fosse hoje, o expresidente seria eleito no segundo turno. Nem mesmo a condenação a mais de 9 anos de prisão por improbidade que pesa sobre o líder petista tira dele a liderança nas intenções de votos populares para ser o comandante do governo do Brasil. O Datafolha apresenta vários cenários com nomes diversos na pesquisa, mas um deles serve para reflexões mais profundas. É o seguinte: Se a eleição fosse hoje Lula teria 36% dos votos no primeiro turno: Bolsonaro (PSC) teria 16% e Marina (Rede), 14%; João Dória (PDB) teria 8%, Álvaro Dias (Podemos) 4%, Henrique Meirelles (PSD) 2%. Num eventual segundo turno Lula ganharia de todos. Isto quer dizer que a maioria dos eleitores do Brasil não leva em conta corrupção nem condenação por improbidade. As razões para a escolha de um candidato a presidente da República parecem hoje emocionais, não racionais. Nomes de administradores experientes e respeitados como Geraldo Alckmin, governador de São Paulo (PSDB) não teriam nenhuma chance de vencer hoje candidatos populistas como Lula, Marina Silva e Bolsonaro. Este é apenas um cenário do momento. No passado, as pesquisas eleitorais prévias serviam para avaliar ou alavancar aspirações de pré-candidatos; hoje servem para avaliar o conhecimento dos eleitores sobre o processo eleitoral. A recente pesquisado Datafolha indica que parte expressiva do eleitorado nacional não sabe o que se passa no processo político caboclo. Conversamos com várias pessoas do povo aqui em Uberlândia e ouvimos a maioria deles dizer que “entre todos os políticos ladrões e corruptos que querem ser presidente, Lula é o melhor porque quando ele foi presidente havia trabalho para todos e o preço da comida era mais barato”. Conclusão: “O povo era mais feliz com Lula e sorria”. “Hoje há mais desemprego e menos felicidade e tudo ficou pior depois que os tucanos expulsaram Dilma da Presidência só porque ela derrotou o Aécio na última eleição”. A lógica popular, por ser majoritária, prevalece sempre em cada eleição democrática. Na próxima não seria diferente. Quem tiver fé num onipotente, pode começar a rezar para evitar o pior.

* Jornalista