A ação de homens no afã de fazerem feliz a sua história, não pode e nem deve ser resultado de modismos ou exaltações sem um mínimo de razão. Ora a perda do senso da realidade não beneficia aqueles que imaginam sair à frente a partir de ideias revolucionárias e sem qualquer juízo formado. E a perda desse senso pode ocasionar o desespero de muito e, pior, se achar-se por detrás de fachadas de um equivocado otimismo oficial. A esperança de quem age contra a liberação das drogas e a favor da vida, deve ser constantemente renovada. É isso que pode e deve estar inserido em qualquer programa que trate da questão das drogas em nosso país. Ponha-se em evidência o significado da criação realizada por Deus com extrema sabedoria. Disto se seguirá outrossim a restauração da noção de consciência moral. Percebe-se-á, assim, que a grandeza do homem não constitui na autonomia mesquinha de alguns que se proclamam senhores da vida e da morte: produtores e traficantes de drogas! Tanto maior é o homem quanto mais ele permite que se expanda em sua vida a sua própria e verdadeira liberdade, as suas racionalidade e dignidade. Deixando de lado qualquer ação que inclua a manipulação e o consumo de drogas, o homem recuperará a sua nobreza e deixará de ser “coisa utilizada” para viver a sua autêntica condição de templo da dignidade humana. As drogas vêm se apresentando, cada vez mais, como a algo muitíssimo doloroso e trazendo um vazio considerável aos seus usuários e respectivos familiares. Verifica-se que muitos e muitos jovens, desiludidos e “descombussolados” (sem norte), inutilmente procuram nas drogas a solução para os seus anseios e problemas e o que explica o surto e a proliferação de aproveitadores, traficantes, em nossos dias; são fantásticos, tocam o fundo dos sentimentos negativos de milhares de jovens e despertam nesses o interesse de obter prazeres imediatos e sem qualquer esforço; são emoções e imaginação que prevalecem sobre a lógica – o que redunda muitas vezes em frustração, exploração financeira, desatino e consequentemente a prática de crimes diversos. A proposta de soluções mágicas para acabar-se com as drogas são fáceis, eloquentes, mas o cumprimento é difícil, decepcionante quando verifica-se que isso é impossível e dada, inclusive, a uma acomodação de quem deveria servir como a agentes em uma gloriosa cruzada a favor da vida. O fracasso no “combate” às drogas e o consequente aumento do consumo das mesmas, são o sinal mais eloquente de que há lugar de escol para trabalhos prevencionistas diversos. Creio que não seja necessário insistir nos aspectos perigosos que as drogas entorpecentes e estupefacientes apresentam à sociedade brasileira. A tutela que alguns “moderninhos” lhe tem prestado, só se explica pelo fato de as considerarem na qualidade de algo inocente e de seu consumo já estar liberado em alguns outros países, inclusive na América do Sul; são, porém, muito mais que insinuações inócuas no sentido de que não instalaria-se em nosso país as terríveis consequências sociais, familiares, profissionais, criminais e de saúde mental e física: é a manipulação emocional e totalmente desligada da razão a partir de comentários pró-drogas e que podem afetar jovens na plenitude da formação do seu caráter.
*Presidente Conselho Deliberativo Fund.Frei Antonino Puglisi
Uberlândia-MG